Este artigo aborda a utilização da famosa obra literária "Os Sofrimentos do Jovem Werther", escrita por Johann Wolfgang von Goethe, em um Clube do Livro no IFPE campus Afogados da Ingazeira, como uma fonte de reflexões sobre a identidade campesina. A partir das discussões de trechos do romance, os estudantes partícipes do clube registraram insights valiosos sobre a experiência da vida rural retratada na obra e seus paralelos com sua vivência enquanto Povo do Campo. A relação do protagonista, Werther, com a paisagem campestre foi explorada, analisando como ela influencia suas emoções e percepções e, a partir disso, questões como a simplicidade da vida rural em contraste com a complexidade da sociedade urbana, a conexão íntima entre o homem e a natureza, bem como as tensões e conflitos existenciais enfrentados pelos personagens nesse contexto foram discutidas ao longo dos encontros do Clube do Livro. A aparente insólita união entre uma obra do século XVIII e as experiências de jovens sertanejos do século XXI se ancora na proposta teórica de hibridismo cultural de BABHA (2003) e sobre a autonomia conforme evidenciada em PAIVA (2016). A pesquisa é qualitativa do tipo Relato de Experiência. O artigo também destaca a relevância contemporânea dessas reflexões, discutindo como as questões abordadas no romance podem ser aplicadas à compreensão da vida no campo nos dias de hoje. O estudo conclui ressaltando a importância de obras literárias como "Os Sofrimentos do Jovem Werther" para estimular uma reflexão crítica sobre os valores e desafios relacionados à vida rural, contribuindo para um diálogo mais amplo sobre o tema.