A vivência sexual das mulheres idosas, ainda carrega estereótipos e preconceitos, que afetam o seu direito à expressão e satisfação em sua sexualidade na velhice. A discussão entre gênero, sexualidade, envelhecimento e educação revela-se como uma abordagem necessária para lidar com essa questão, pois, faz-se importante compreender que as mulheres idosas não deixam de ser sujeitas sexuais após a chegada desse momento. Logo, a educação desempenha um papel crucial na desconstrução desses estigmas, na promoção da igualdade de gênero e no fornecimento de informações adequadas sobre sexualidade em todas as fases da vida. De acordo com o IBGE, em 2021 o Brasil alcançou a marca de 33,6 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, representando 15,8% da população total. Já no estado do Ceará era de aproximadamente 1,4 milhão em 2021. Autoras como Beauvoir (1990) e Goldenberg (2008), discutem a feminização da velhice e as desigualdades de gênero nessa fase. Segundo Beauvoir (1990), a velhice feminina é marcada por uma dupla opressão: a opressão decorrente da velhice em si e a opressão decorrente da condição feminina. Goldenberg (2008), por sua vez, aponta que as mulheres idosas muitas vezes são invisibilizadas e estereotipadas como frágeis, dependentes e sem desejos sexuais, o que pode limitar sua autonomia e liberdade. Assim, buscar entender o envelhecimento feminino no interior do Ceará é um tema relevante, pois apresenta particularidades que merecem atenção.