A empatia pode ser definida como a capacidade de se sensibilizar com a dor do outro, colocando-se em seu lugar, inferir seus sentimentos e dar uma resposta afetiva mais adequada para a situação do outro do que para sua própria situação. No Transtorno do Espectro Autista (TEA), os estudos mostram que os autistas podem apresentar dificuldades nessa manifestação empática, mas a literatura ainda é conflitante. Nesse trabalho, o objetivo foi analisar o quanto uma mãe de uma criança autista percebe que seu filho é empático. Para tanto, foi utilizada uma entrevista semiestruturada com quatro questões centrais para que a participante pudesse detalhar e exemplificar se e de que forma a criança demostraria empatia em seu cotidiano. Os resultados mostraram que, apesar da mãe não considerar seu filho empático e perceber que ele não se colocaria no lugar do outro, os exemplos do cotidiano demonstraram que a criança pode apresentar a capacidade de se sensibilizar com o outro. O exemplo fornecido pela mãe mostrou que o seu filho ficou agitado e sem apresentar comportamento de ajuda diante do sofrimento da avó, manifestando apenas movimentos estereotipados, o que a fez entender que ele ficou indiferente perante a angústia do outro. No entanto, a literatura mais recente aponta que os autistas poderiam, na verdade, ter um excesso de sensibilidade empática quanto às emoções dos outros, buscando se distanciar desse tipo de situação por não conseguir lidar com tantos sentimentos ao mesmo tempo. Logo, o estado paralisante e os movimentos estereotipados podem ter sido tentativas de autorregulação do excesso de emoções que a criança não conseguiu lidar no momento ao observar sua avó em situação de sofrimento.