O artigo tem como foco a explanação do conceito e da prática da etnomatemática, mostrando sua aplicabilidade na sala de aula. Nesse sentido, entender a importância de ensinar sobre os diversos conceitos matemáticos, é de extrema relevância. A abordagem filosófica do avanço da matemática revela que, atualmente, no que tange o meio acadêmico, a etnomatemática vem sendo cada vez mais aceita. Esse conceito envolve a aceitação de que não existe uma cultura menor ou menos evoluída que outra, ponderando ainda que a concepção de humanidade deve se sobrepor a esse pensamento. Desse modo, é errôneo pensar nessa corrente filosófica enquanto uma nova disciplina, pois esse molde distorce completamente o saber cultural. Em sala de aula ela não necessariamente se transformaria em uma nova matéria, mas sim em uma e ferramenta para o ensino da matemática, trazendo à tona diversos modos de fazer matemática já existentes e até mesmo praticados pelos próprios alunos, a fim de tornar o ensino mais dinâmico e inclusivo. Assim, seria possível desenvolver olhares mais críticos e que valorizem suas próprias culturas e saberes. Vale ressaltar que a maneira européia exclusivista de ensinar gera prejuízos até hoje, pois difundiu-se a ideia de que fazer matemática é um ato de gênio reservado a poucos, o que só aumenta a produção de indivíduos sem capacidade crítica. Reconhecer as mais variadas maneiras de se fazer matemática e entender suas relações com a história da matemática, e sua aplicação na sala de aula, nos garante um conhecimento amplo, desprendido de amarras preconceituosas que diminuem e excluem as mais diversas culturas.