O presente artigo vem, por meio deste, apresentar um relato de experiência sobre a vivência de bolsistas do PIBID, como futuros professores, na escola de tempo integral, considerando as configurações organizacionais das escolas e suas implicações na saúde mental dos discentes, consequentemente na aprendizagem. O objetivo deste estudo é relatar e discutir, de forma reflexiva, sobre a estrutura organizacional das escolas de ensino integral da rede pública estadual do Ceará, na perspectiva da saúde mental e seus impasses acerca da aprendizagem dos discentes. Este relato de experiência consiste em um estudo de caráter qualitativo, a partir das vivências dos bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) em escolas da rede estadual de ensino no município de Iguatu, Ceará, do período de outubro de 2022 a abril de 2023. Os dados foram coletados a partir da observação participante e do estudo bibliográfico e documental, seguidos da triangulação dos dados como etapa final do percurso metodológico. Diante dos estudos, o ensino integral afeta a saúde mental dos alunos, não somente a partir de demandas advindas da instituição de ensino pelo seu alto índice de aulas e envolvimento socioemocional dos estudantes, mas pela pressão social por resultados de aprovação em vestibulares, ENEM, inserção no mercado de trabalho, e tantas outras críticas sociais que precisam ser revistas no que se refere a saúde mental e suas implicações na aprendizagem. Em virtude dos aspectos mencionados, entende-se que o alto índice de atividades curriculares no Ensino Médio, ensino integral, deveria estar unido ao acompanhamento psicológico dos estudantes, especialmente por meio de profissionais da saúde, evitando a sobrecarga de ansiedade sem amparo socioemocional devido. Dessa forma, é necessário que, para garantir um ensino de qualidade, o Estado compreenda a necessidade de ajuda especializada nas escolas na perspectiva de cuidados preventivos à saúde mental.