Este texto é resultante das reflexões empreendidas no âmbito da pesquisa “O lugar da educação inclusiva nos currículos dos cursos de licenciatura da UERN” cadastrada junto ao Comitê Institucional de Pesquisa e Inovação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte desde outubro de 2021. Os objetivos norteadores deste escrito são: analisar as concepções de inclusão e de educação especial que se evidenciam nos ementários e nas referências bibliográficas das disciplinas da área; refletir sobre as perspectivas e os desafios que se apresentam aos cursos de licenciatura da UERN no que tange construção de saberes e práticas inclusivas. O referencial teórico está organizado em três eixos: Culturas, políticas e práticas inclusivas (BOOTH, AINSCOW, 2011; LUSTOSA, 2009, SANTOS, 2015); Formação de professores(as) (CRUZ, GLAT, 2014; VITALIANO, 2012; MICHELS, 2017); A Filosofia e a Pedagogia da Diferença (DELEUZE, 2018; SKLIAR, 2003; MANTOAN, 2017). A metodologia se insere no universo da pesquisa qualitativa e foi desenvolvida por meio de análise documental dos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Licenciatura da UERN, ofertados na modalidade presencial. Os resultados evidenciam que a disciplina de Libras figura como componente obrigatório nos trinta e dois cursos de licenciatura, porém, apenas dez desses cursos ofertam disciplinas obrigatórias próprias do campo das políticas e das bases legais da educação especial e inclusiva, bem como, das questões éticas e pedagógicas que permeiam a escolarização do estudante com deficiência. Constatou-se confusões teórico-conceituais nos ementários dessas disciplinas, no que concerne as terminologias “deficiência”, “diferença” e “diversidade”, assim como, a presença de um vocabulário com forte influência do modelo médico de compreensão da deficiência. A investigação concluiu que há lacunas nos currículos dos cursos de licenciatura da UERN no que concerne a produção do conhecimento na área das práticas pedagógicas de atenção às diferenças na escola.