Este artigo tem como proposta relatar sobre a experiência vivenciada no Estágio Supervisionado I em um curso de licenciatura em Matemática, que foi desenvolvido em uma turma do 8º ano do Ensino Fundamental de uma escola da rede pública municipal da cidade de Rio Grande, no estado do Rio Grande do Sul. Durante o primeiro estágio, foram realizadas observações em sala de aula, análise de documentos da escola e práticas pedagógicas com a turma. Assim, o método empírico foi utilizado como metodologia para o trabalho em questão. Neste sentido, alinhei minha prática docente às teorias de bell hooks, Paulo Freire e Ubiratan D’Ambrosio, respectivamente. Com isso, nesta experiência em sala de aula, os conceitos matemáticos do currículo escolar foram abordados a partir de uma prática pedagógica voltada para uma educação libertadora e enriquecedora que visa a participação ativa dos alunos em sala de aula, incentivando-os a serem indivíduos críticos e reflexivos no processo de ensino-aprendizagem, construindo-o coletivamente. Para alcançar este objetivo, os conteúdos da disciplina foram explicitados a partir da etnomatemática, sendo contextualizados através das diversidades culturais dos saberes matemáticos. Com isso, os alunos puderam perceber a matemática como uma disciplina que não está restrita a um único modelo ou padrão cultural, mas que é uma ferramenta universal que pode ser aplicada em diferentes contextos. Como resultado da prática docente desenvolvida no estágio, foi possível sustentar a ideia de uma pedagogia matemática engajada, que é consequência das teorias abordadas neste texto, proporcionando um ensino matemático que faça sentido para a realidade dos discentes.