A emoção raiva é uma das mais vivenciadas no processo se ensino, tendo impactos nos níveis de burnout, satisfação no trabalho e exaustão emocional, quer dizer, pode influenciar o bem-estar do professor, portanto, é relevante verificar que fatores estão associados à sua vivência no contexto educacional. Assim, busca-se com esse estudo examinar a influência das variáveis individuais (e.g., idade), da atividade docente (e.g., nível de satisfação) e do seu contexto de atuação profissional (e.g., avaliação da infraestrutura escolar) na raiva do professor (raiva orientada para os alunos, pais, colegas e sistema educacional. A amostra foi composta por 1263 professores da rede estadual de ensino do Paraná-Brasil (70% do sexo feminino). Para a coleta de dados foram utilizados dois instrumentos: Questionário de caracterização do participante e de sua atividade docente e Teacher Anger Scale - Versão brasileira. Foram realizados quatro modelos de regressão linear, i.e., um para cada faceta da raiva, tendo como preditores as variáveis individuais, da atividade docente e do contexto. A idade, nível de satisfação e avaliação da infraestrutura escolar foram aquelas têm um efeito singificativo na raiva orientada para os vários atores educativos. Para além disso, os professores com maior idade, mais satisfeitos profissionalmente e que avaliam a infraestrutura escolar como suficiente tendem a experimentar menos raiva. Finalmente, os professores do sexo masculino apresentaram menores níveis de raiva em relação aos pais e ao sistema educacional. Por fim, os professores que possuem uma carga horária maior que 20 horas semanais e que têm mais de 35 alunos por turma tendem a ter um maior nível de raiva em relação aos alunos e colegas, respectivamente. Esses resultados enfatizam a importância de considerar essas variáveis ao analisar e compreender as facetas da raiva do professor.