Estudos recentes estimam que há uma mulher para cada quatro homens empregada nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (sigla em inglês, STEM), que são masculinizadas cultural e estatisticamente. As instituições de ensino voltadas à qualificação profissional contribuem para perpetuar esses estereótipos de gênero no mundo do trabalho. Em tais instituições, é comum que as atividades científicas sejam masculinizadas e que o trabalho do cuidado seja destinado às mulheres. Portanto, é necessário agir por dentro das instituições para combater o sexismo na ciência e, com isso, aproximar o Brasil do Objetivo 5 do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030. Este trabalho apresenta uma análise do impacto social de um curso de robótica educacional associado ao letramento digital para meninas em vulnerabilidade social. O curso foi projetado em dois módulos de 20 horas cada um para favorecer práticas interdisciplinares, sendo o primeiro módulo com conhecimentos da informática básica sobre pilares do pensamento computacional, e o segundo módulo com fundamentos da robótica educacional, aplicando a metodologia do aprender-fazendo (do inglês, learning by doing) com a aprendizagem baseada em projetos. Como estudo de caso, aplicou-se o curso para 40 meninas, residentes na periferia da capital, Natal, e nos municípios do litoral sul do Rio Grande do Norte. A entrega do curso foi realizada por estudantes de graduação em Sistemas para Internet e do Ensino Técnico em Informática, com o suporte didático-pedagógico de estudantes da Licenciatura em Informática e professores das áreas de Didática e de Informática, usando estruturas e materiais de laboratórios maker do Instituto Federal do Rio Grande do Norte. As análises estatísticas sobre dados obtidos via questionários junto às meninas revelaram um elevado impacto social positivo em termos de taxa de satisfação e de mudança de comportamento delas, contribuindo para favorecer a equidade no acesso de mulheres às oportunidades da ciência.