Sabe-se que as pessoas com deficiência foram historicamente excluídas dos mais diversos espaços da sociedade (PEREIRA; SARAIVA, 2017). Na hodiernidade, fundamentadas num modelo médico da deficiência, é possível notar inúmeras atitudes capacitistas, ou seja, de ações preconceituosas/discriminatórias que colocam em xeque a capacidade de uma pessoa em razão da condição de deficiência, inclusive no âmbito da educação superior, local privilegiado para a construção do conhecimento científico (LORANDI, 2021; BEZERRA, 2021). Através dos Estudos Feministas da Deficiência (DINIZ, 2003), viés do qual se origina este trabalho, é possível estabelecer uma intersecção entre as desigualdades experienciadas em virtude de uma sociedade capacitista, intercruzadas à outros marcadores que potencializam as desigualdades humanas, a exemplo do sexismo (FARIAS, 2020; OLIVEIRA; PAVÃO, 2023). No contexto deste estudo, objetivamos identificar artigos que discutem a respeito da presença das mulheres com deficiência na educação superior brasileira. Para tanto, realizamos uma revisão sistemática da literatura em duas revistas de alto impacto no âmbito da educação especial inclusiva, a saber: Revista Brasileira de Educação Especial e Revista Educação Especial. Após a busca, constatou-se que o número de estudos que interseccionam gênero e deficiência na educação superior é incipiente, nesse sentido, observa-se a necessidade de ampliar as pesquisas que possam corroborar no processo de compreensão das experiências de exclusão vivenciadas por mulheres com deficiência na educação superior.