O presente trabalho surge a partir das experiências de ensino e da produção de atividades escolares relacionadas à desigualdade de gênero e a representatividade, priorizando a interseccionalidade étnico-racial, em uma turma do primeiro ano do fundamental do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CAp-UERJ). Essa proposta veio a partir das considerações do projeto de Prodocência “Questões de gênero na Escola: Por um enfrentamento às desigualdades e assimetrias na Educação Básica”, em que se refletiu a importância de introduzir os assuntos referentes a gênero e a raça já nos anos iniciais da educação básica regular, objetivando instigar pensamentos críticos a respeito do sexismo e do racismo, trazer representatividade de mulheres em posições que confrontam os padrões de gênero e promover um espaço de equidade. A escolha para abordar essa temática foi a partir de um atravessamento do projeto astronomia, que já estava em andamento na turma. Para isso, criamos uma sequência didática sobre mulheres astronautas, apresentando suas trajetórias e elaborando propostas de atividades para, ao mesmo tempo, auxiliar no processo de reflexão sobre o sistema de escrita e incentivar uma análise crítica sobre a estruturação sexista e racista da nossa sociedade. Como resultados iniciais, observamos o engajamento da turma com as leituras e demais atividades, em que os próprios estudantes elaboraram perguntas e observações sobre a diferenciação de oportunidades para homens brancos e mulheres pretas.