Nosso trabalho tem como objetivo mostrar uma proposta teórico-metodológica para a reestruturação dos conhecimentos dos processos de leitura e escrita que foram perdidos por alunos do ensino fundamental (anos finais) durante o período pandêmico da Covid-19. Essa proposta faz parte do projeto Alfaletrar – iniciativa da UFCG –, desenvolvido com o intuito de possibilitar a recomposição de aprendizagens desses alunos que estão no ensino fundamental - anos finais sem o domínio dos conteúdos linguísticos próprios do ensino fundamental - anos iniciais. Esse projeto teve como fim recompor alguns conhecimentos básicos da linguagem nos discentes de algumas escolas públicas de Campina Grande, incluindo, nessa reestruturação, a alfabetização e algumas práticas de letramento. Para a realização deste trabalho, seguimos duas principais correntes de pensamento, que de certo modo se relacionam: as metodologias ativas e o paradigma da complexidade. Essa escolha se deu (i) por entender que uma das razões dos discentes não compreenderem o conteúdo se dá pela aridez do método tradicional de ensino, como concluem Zaluski e Oliveira (2018); e (ii) por acreditar que os alunos são seres humanos que precisam não apenas exercitar suas capacidades cognitivas, mas também as procedimentais, as afetivas etc, concordando com Zabala (1998) e Behrens et al. (2007). O ensino de leitura e escrita para esse grupo de estudantes de 6º ano, pautado nos aspectos de decodificação e codificação, não surte efeito por não estar associado às práticas de letramento. Portanto, é necessário desenvolver atividades que demandem dos alunos ações efetivas que relacionem seu fazer com o escrever e o ler em situações sociais de seu cotidiano, além de fazê-los refletir sobre a ética em sala de aula para o bom convívio da comunidade escolar.