O artigo abordará a pobreza menstrual como campo de reprodução de desigualdades no espaço escolar impactando no acesso, permanência, trajetória e desempenho dos estudantes na educação básica devido a violência simbólica sofrida pelos corpos femininos e o estigma criado em torno da dignidade menstrual dos diversos estudantes não serem tratadas como questões de política educacional. Logo, as demandas dos estudantes do gênero feminino e trans enfrentam a precarização de recursos, insumos e os preconceitos que impedem a garantia da dignidade menstrual na escola, evidenciando a ausência de políticas públicas de saúde coletiva e direitos humanos que possam garantir a permanência no ambiente escolar. O universo da pesquisa compreende as estudantes matriculadas na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Reitor Edvaldo do Ó, localizada em um território de alta vulnerabilidade, no município de Campina Grande. Portanto, as desigualdades promovidas por uma violência simbólica impõe um silenciamento do problema no cotidiano escolar e não aparece como indicador de infrequência, retenção e evasão a serem averiguados nas análises dos estudos culturais sobre o desempenho escolar e sua correlação com classe social, gênero e raça. A análise dos resultados a partir de dados coletados por meio de questionários aplicados as estudantes trará novas possibilidades interpretativas para as investigações sobre fluxo e rendimento escolar, considerando a pobreza menstrual no espaço escolar e os seus impactos nas trajetórias individuais e coletivas, evidenciadas pela ausência de políticas que garantam a distribuição de absorventes ao longo do ano letivo.