O estudo propõe o desenvolvimento dos letramentos crítico, social, de resistência, por meio do ensino de linguagens e à luz da multimodalidade/semiótica, refletindo acerca dos sentidos que constituem o cotidiano humano nas cidades. Alinha histórias e subjetividades ao ensino-aprendizagem da linguagem, elementos constituintes da materialidade texto-sociedade-humanidade. Considera a importância da promoção de textos oriundos da cultura das bordas, sujeitos à normatividade e, também, a democratização de espaços urbanos privilegiados sociopolítica-economicamente. Neste contexto, objetiva refletir sobre o ensino de linguagens mediado por textos que circulem no cotidiano das cidades, permitindo o entendimento sobre os sentidos constitutivos dos sujeitos nos espaços urbanos. Para tanto, ancora-se nos pressupostos teóricos da Linguística Aplicada Indisciplinar e da Linguística da Prática que primam pela inclusão do sujeito na materialidade textual. O recorte que se apresenta é fruto de um projeto didático desenvolvido para uma turma de Ensino Médio-EJA, circunscrito em dois momentos: sala de aula, onde se deu o ensino de linguagens mediado pelo gênero textual grafite; seguido de uma visita ao Museu Digital de Campina Grande-PB. Os resultados evidenciaram o papel da escola em democratizar os espaços urbanos, principalmente, escolas periféricas com público sociopolítica-economicamente privado desse acesso. O projeto promoveu o desenvolvimento dos letramentos crítico, social e de resistência, a partir da leitura de textos compostos por múltiplas linguagens, que ainda são socialmente marginalizados.