Recentemente, no campo da educação, é possível observar uma crescente ênfase em estudos do campo da narrativa a fim de identificar percepções docentes sobre os mais variados aspectos da profissão. Existem grupos de pesquisa especializados em estudos narrativos no âmbito da educação e da formação de professores, a exemplo, um grupo de pesquisa cadastrado no CNPq em 2002, de uma universidade federal do interior do Rio Grande do Sul. Desde então, os pesquisadores e estudantes desse grupo, têm se dedicado a investigar, em especial por meio de pesquisas de cunho narrativo, as trajetórias formativas (pessoais e profissionais) percorridas por docentes do nível superior. Este artigo apresenta os resultados de um mapeamento realizado em teses para compreender a contribuição da investigação narrativa para as pesquisas na área da educação. A metodologia possui afinidades com a pesquisa qualitativa, de tipo Estado da Arte. Foram analisadas dez teses produzidas no contexto de um grupo de pesquisa consolidado no CNPq e que tinham a narrativa como parte da sua opção metodológica. A categorização realizada sobre o corpus deste estudo pautou-se nos três sentidos da narrativa propostos por Connelly; Clandinin (1995): a) o fenômeno que se investiga; b) o método da investigação; e c) o uso que se possa fazer da narrativa com diferentes fins. Como resultado, percebeu-se que, predominantemente, a narrativa é vista por pesquisadores apenas como um meio para coletar os dados, mas pode configurar um processo reflexivo para além dos objetivos da pesquisa. Assim, este trabalho mostra a relevância de assinalar para pesquisadores que pretendem utilizar a narrativa como opção metodológica, que atentem para a elaboração dos objetivos de estudo, pois eles podem e devem contemplar os três sentidos da narrativa como sugerem os autores supracitados.