As transformações que afetam a sociedade e o mundo do trabalho, estão intimamente relacionadas ao processo de construção e aquisição do conhecimento, que perpassam pelo campo da elaboração de propostas curriculares capazes de atender aos interesses e as necessidades que envolvem um momento histórico e os sujeitos sociais. Diante desta observação, apresenta-nos o desafio de realizar uma breve pesquisa bibliográfica na perspectiva de ampliar o entendimento acerca das diferentes teorias curriculares, identificando elementos teóricos para subsidiar a análise das propostas curriculares que envolvem a política educacional das escolas de ensino médio que oferecem a formação geral básica de forma integrada à formação profissional. As leituras permitem-nos apontar, mesmo que de forma preliminar, algumas contradições que envolvem os processos de (re) formulação de tais propostas curriculares. O objetivo da nossa pesquisa consiste em analisar as relações de poder que permeiam tais propostas e propor ações contra-hegemônicas que sejam capazes de permitir o desenvolvimento de uma proposta política pedagógica fundamentada num currículo que possa proporcionar ao indivíduo uma melhor compreensão de seu papel social, atuando com autonomia ao estabelecer relações com a sociedade e os valores que a constituem. Esta pesquisa, se pauta nas contribuições de Sacristán (2000), Saviani (2003), Moreira (2013), Saviani (2005), Dayrell; Carrano e Maia (2014) que, apesar de apresentarem diferentes teorias curriculares, encontram convergência em alguns pontos, principalmente, na abordagem de interesses políticos, econômicos e ideológicos que são preponderantes na formulação das propostas curriculares. Na perspectiva da análise proposta, identificamos que há intencionalidades de setores econômicos e produtivos na formulação curricular das escolas de educação profissional, que contribuem para a formação de um sujeito, com um conhecimento útil, capaz de transformá-lo em mercadoria e colocá-lo à disposição das relações de dominação econômica.