Este estudo tem como objetivo investigar as práticas de resistência na atuação de um Educador Popular. Desenvolvido a partir de entrevistas semiestruturadas sobre suas ações, no acampamento Edson Nogueira, onde situa a Unidade Pedagógica de Agroecologia Marielle Franco, localizada na região serrana do município de Macaé-RJ. Na Unidade Pedagógica são desenvolvidas ações do manuseio da terra, plantio, agricultura familiar, reflorestamento e feirinhas de produtos orgânicos. Além disso, são ministradas aulas fundamentadas na história crítica do Brasil, por exemplo, o contexto da exploração de cana de açúcar, bem como, a alfabetização baseada no método "Sim, eu posso!" (IPLAC), tomando como ponto de partida o universo particular dos trabalhadores rurais. Três etapas constituem as ações desenvolvidas: I - A primeira entrevista já foi realizada em junho de 2022 e analisada pelo conceito de relações de poder Foucault (1979); II - A segunda entrevista encontra-se em desenvolvimento em um intervalo de 12 meses (junho de 2023) analisada pelo conceito de agenciamento Deleuze e Guattari (1997); III - A análise aprofundada do discurso do educador entrevistado. As entrevistas constituem-se em um material audiovisual educativo disponível gratuitamente. O sujeito entrevistado é o protagonista na construção de todas as etapas deste estudo, incluindo a análise e validação dos resultados. Inicialmente, a primeira entrevista revelou o espaço físico da unidade pedagógica como um dispositivo de resistência e permanência no território, propiciando dignidade do trabalhador rural através da alfabetização, e, participação na discussão de uma nova sociedade. As práticas de resistência e agenciamento são fundamentais em contextos de luta por direitos sociais e políticos, especialmente em movimentos sociais como o MST. Portanto, a compreensão dessas práticas pode contribuir para a elaboração de estratégias mais eficazes de luta e resistência em prol desses direitos.