Entre pessoas com 25 anos ou mais dotadas de ensino superior completo, as mulheres representaram 19,4% e os homens, 15,1% em 2019. O percentual de homens com educação superior só superou o de mulheres para pessoas com 65 anos ou mais – quando mulheres corresponderam a 9,5% e homens, a 10,8% da população. Os dados, disponíveis nas “Estatísticas de Gênero: Indicadores sociais das mulheres no Brasil”, publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2021, evidenciam um fenômeno social significativo: o avanço da escolarização de mulheres nas últimas décadas no país. Todavia, os anos de educação não se converteram em condições de equidade no mercado de trabalho. Em relação aos rendimentos, as mulheres receberam cerca de 77,7% da renda média mensal habitual destinada aos homens. Por seu turno, quando se tratou de tempo dedicado a trabalhos domésticos e/ou cuidados de pessoas, homens dedicaram cerca de 11 horas semanais, enquanto mulheres destinaram quase o dobro: aproximadamente 21,4 horas. No tocante à docência na educação superior, as mulheres tiveram aumento de apenas 3,6% em um período de 16 anos: passaram de 43,2% em 2003 para 46,8% em 2019. As informações lançam luz sobre as desigualdades de gênero presentes no país, que ainda se fazem sobremaneira presentes no meio acadêmico. Neste trabalho, buscar-se-á analisar a participação de mulheres como docentes de ensino superior entre os anos de 2011 e 2021, tendo como fonte o Censo da Educação Superior. Nesse sentido, torna-se relevante investigar se a prevalência do sexo masculino pode ser encontrada em todas as regiões do país, nos diferentes tipos de organização acadêmica e natureza administrativa. Objetiva-se, desse modo, evidenciar a dinâmica da inserção de mulheres nas funções docentes na última década e os desafios relacionados ao exercício do magistério em se tratando da educação superior no Brasil.