O presente artigo busca refletir sobre a construção histórica acerca da sexualidade, à luz da fenomenologia, a fim de contribuir com a educação sexual na adolescência como forma de prevenção ao abuso sexual. O estudo insere-se na problemática da educação sexual refletindo sobre a importância de os adolescentes conhecerem seu corpo, seus direitos e os estigmas presentes nas discussões sobre o tema. Utilizou-se como procedimento metodológico um estudo qualitativo com pesquisa bibliográfica, análise documental e de dados epidemiológicos, calcado na fenomenologia existencial segundo as possibilidades de conhecimento. Os autores que serviram como referencial teórico foram Simone de Beauvoir com o pensamento existencial, a fenomenologia hermenêutica de Martin Heidegger e a pedagogia progressista de Paulo Freire para propor novas práticas educativas. Foi possível refletir que a educação é um caminho viável de transformação no mundo, sempre entendendo que esta é apenas uma das múltiplas possibilidades. Entende-se a urgência de se debater acerca da educação sexual, sendo esta uma ferramenta eficaz para a prevenção e combate ao abuso sexual. Este estudo propiciou a reflexão de que é possível combater a discriminação sexual estruturada pela cultura patriarcal com a promoção e melhoria das políticas públicas que fortaleçam os direitos das mulheres e meninas, tratando na raiz dos problemas que atingem essa parcela da sociedade, seja ela na fase adulta, adolescência ou infância, como a violência doméstica, feminicídio e assédio. Neste contexto, a educação sexual escolar é uma maneira de tentarmos promover a segurança, saúde e integridade das crianças e futuros adultos. Acreditamos que tratar de educação sexual nas escolas proporcionará uma nova cultura, o esclarecimento sobre as questões relativas a sexualidade e a promoção de relações mais respeitosas no que concerne a esta temática.