A partir da noção de educação linguística (BAGNO & RANGEL, 2005), discuto, neste artigo, como o/a professor/a de Língua Portuguesa (LP) pode mover conhecimentos sociolinguísticos nas práticas de linguagem em sala de aula, para atender às demandas sociais por uma educação sociolinguisticamente situada. Para tanto, alinho áreas de reflexão e atuação relevantes para a implementação de uma política de educação linguística no cenário brasileiro. Assim, o princípio destas proposições emerge das intenções de um professor-pesquisador (BORTONI-RICARDO, 2008) numa natureza qualitativa de caráter descritivo, a fim de alinhar uma conduta sociolinguística no desenvolvimento da competência comunicativa (HYMES, 1972) dos/as discentes da Educação Básica, logo, discuto as possibilidades em práticas de leitura, escrita, oralidade e escuta a partir de análises que possibilitem o combate à discriminação pela linguagem. Tal empreitada é possível ao beber em conhecimentos estruturantes para uma educação linguística crítica, a saber: letramento (SOARES, 1987; KLEIMAN, 1995), gêneros textuais/discursivos (BAKHTIN, 2003; MARCUSCHI, 2008), literatura (CANDIDO, 1929; EVARISTO, 2020) e gramática (BAGNO, 2012; ANTUNES, 2014), os quais são discutidos em processo de ensino/aprendizagem de caráter interacionista (VIGOTSKY, 1984; ANTUNES, 2009). Desta feita, acredito no quão significativas podem ser as aulas de LP que dão espaço para o desenvolvimento de uma educação linguística empoçada em conhecimentos sociolinguísticos.