A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), publicada em 2009 figura como uma das ações afirmativas criadas para diminuir desigualdades raciais no Brasil. Com foco na melhoria das condições de saúde da população negra, a lei inclui ações de cuidado, atenção, promoção à saúde e prevenção de doenças, bem como de gestão participativa, participação popular, controle social e produção de conhecimento, buscando a formação e educação permanente para trabalhadores de saúde. Embora tenha sido promulgada há mais de 10 anos, essa importante lei, não aparece na grade curricular dos cursos de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, nem consta em seu projeto político pedagógico. Pensando nisso, esse trabalho busca investigar e analisar discursos institucionais da Universidade quanto ao tema da saúde da população negra, através de um levantamento das notícias no site “Conexão UFRJ”. Foram encontradas 8 notícias no período de 2002 a 2022, sendo a primeira notícia do ano de 2006 (data da sua aprovação no Conselho Nacional de Saúde - CNS). A maioria das notícias tratam da divulgação de eventos sobre o tema; se destaca um curso promovido em 2010 e a falta de notícias que liguem o assunto à faculdade de Medicina. Diante disso, percebemos que apesar de ser um tema de extrema importância para os cursos ligados à área de saúde, em que a maioria dos profissionais em formação podem vir a trabalhar com a população negra - maioria tanto na população brasileira em geral, quanto nos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) – notamos que esse tema foi pouco discutido no veículo oficial de notícias, sendo necessária atenção maior ao assunto, inclusive dentro da grade curricular da universidade.