As Oficinas integradoras da Educação de Jovens e Adultos que acontecem desde 2014 na favela de Manguinhos como ação extracurricular da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, na Fiocruz, viabilizam um debate ampliada sobre questões relacionadas ao Ambiente do Território, à Saúde e à Participação Social com moradoras(es). O objetivo deste estudo é analisar as principais características pedagógicas dessas oficinas refletindo desde uma perspectiva Freiriana como essas oficinas integradoras podem se constituir em práticas críticas de Educação Popular. Partindo dos questionamentos provocados pela nossa inserção como educadores populares em Manguinhos, e aproximando-nos ao campo teórico do materialismo histórico-dialético, estamos desenvolvendo uma Investigação – Ação – Participativa (Fals-Borda 2015; Figueiredo, 2015) investigando as relações históricas com as classes populares e a luta por transformação social na favela de Manguinhos, na periferia da cidade do Rio de Janeiro. Os resultados demonstram que as oficinas criam um ambiente favorável ao diálogo e permitem o aprofundamento de questões prioritárias levantadas pelos próprios moradores que afetam a qualidade de vida na favela e possibilitam ações coletivas de enfrentamento. Concluímos que essas oficinas representam um esforço transdisciplinar em promover o diálogo entre as ciências humanas, a saúde, a arte e a religiosidade popular nas favelas. Ao possibilitar uma reflexão coletiva sobre o Território, as Oficinas Integradoras da EJA Manguinhos se constituem em espaços favoráveis para articular teoria e prática, elevando o nível de consciência dos estudantes sobre as condições de existência em sua classe social.