Abordar as perspectivas históricas sobre a infância é reconhecer que atualmente os olhares a essa fase do desenvolvimento humano são frutos de uma construção sócio-histórico-cultural que dinamicamente estão em constante variação, recebendo olhares e atenções distintas a partir da sociedade e época que vivenciam suas experiências. O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre a história social das crianças de Paulo Afonso – Ba, através das narrativas memorialísticas de adultos e crianças que compõe a cidade. A partir de uma abordagem qualitativa com enfoque nas memórias, o estudo se afirma no campo da História Social da Infância, realizado por meio de um projeto de extensão universitária, que oportunizou diálogos com educadores, crianças e a comunidade, resgatando lembranças, brincadeiras, cantigas e situações ocorridas na cidade nos tempos de outrora. As discussões apresentadas se fundamentam nas proposições sobre a infância enquanto categoria social, especialmente, com Corsaro (2011), Beloni (2009) e Sarmento (2005) e na valorização das memórias como fonte de análise e pesquisa em Bosi (1994), Halbwachs (2006) e Benjamin (1994). Os resultados evidenciam a pluralidade das infâncias presentes na cidade e a potencialidade das crianças em distintos períodos históricos, revelando que as lembranças memorialísticas são elementos que fazem parte do cotidiano, influindo nos modos de ser e viver a infância. O projeto de extensão desenvolvido possibilitou, ainda, enaltecer a cultura das infâncias e ampliar a perspectiva da criança enquanto cidadã que produz cultura e história.