Discutir sobre educação, escola, ensino, aprendizagem e seus impactos na sociedade sempre mobilizou pesquisas ao longo dos anos no interior da academia, mas de fato, o que interessa por meio deste é pensar na “finalidade das escolas”. Ciente de que o conceito de “finalidade da escola” é algo amplo e historicamente definido, parte-se da ideia de Dermeval Saviani (1980, 1983), “o qual atribui à escola a função de promover o homem e, nessa perspectiva, propõe melhorias profundas na formação docente e no ensino discente” (CARDOSO e LARA, 2009, p. 1314) Nesse sentido, discorrer sobre a melhoria da educação confere na também entender o conceito de qualidade, a qual implica diretamente na atenção dada às diferenças “segundo pertencimento étnico, a consciência de gênero, a orientação sexual, as idades e as origens geográficas” (BRASIL, 2009, p. 10).” De maneira específica, a educação brasileira é desafiada pela própria dimensão geográfica continental do país, uma vez que reconhecer a cultura de um povo tão heterogêneo e diversificado se torna algo essencial, contudo, apoiar esse reconhecimento sem classificação social é um desafio ainda maior. Logo, pensar que a função da escola tem estreita relação com o respeito às diferenças, compreender que não há um aspecto cultural que se sobressai a outro, devendo ainda ser desenvolvido como competência da educação básica pela Base Nacional Comum Curricular - BNCC a valorização da diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que nos possibilitem compreender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas voltadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade (BRASIL, 2018)