O trabalho volta-se para as relações entre a governança de Parcerias Público–Privadas de Educação e sua atuação em unidades federativas brasileiras, através do Projeto Jovem de Futuro. O objetivo é compreender a governança das Parcerias Público-Privadas voltadas para Educação (PPPE) no Brasil, e como ela tem atuado para diminuir, ou não, a desigualdade entre entes federados e regiões no país. A metodologia utilizada é a qualitativa, e analisa um único caso emblemático, o Projeto Jovem De Futuro do Instituto Unibanco. Os resultados apontam para a adoção da concepção neoliberal como mote para aceitação e formação do Projeto, a utilização da abordagem da “nova gestão pública” na governança de Parcerias Público–Privadas de Educação pelo Instituto Unibanco, e da manutenção das desigualdades regionais brasileiras na qualidade da educação por meio da condução do estreitamento curricular às disciplinas das avaliações de alto impacto (Português e Matemática); da exclusão objetiva e subjetiva de discentes com baixo desempenho; da concentração da atuação no Sudeste (Minas Gerais), região historicamente privilegiada na pauta; e da intensificação das diferenças de apoio às políticas locais entre municípios do interior com zonas rurais e municípios urbanos de regiões centrais. Encaminha-se, por fim, que projetos como o Jovem de Futuro, ao passo que utilizam resultados das avaliações de qualidade para fundamentarem sua existência e atividades, contraditoriamente alocam-se e buscam se expandir em estados que já apresentam bons resultados educacionais, enquanto as parcerias com estados que enfrentam problemas complexos não acontecem.