Episódios de violência ocorridos em instituições de ensino de todo o País evidenciam problemas relativos à intolerância social, política, religiosa e outras. Esses fatos são indicativos de que são necessárias ações que promovam a interação social respeitosa e tolerante, na qual haja o exercício do diálogo entre os estudantes, por meio de experiências que os permitam perceber o lugar do outro. Tais experiências podem ocorrer nas aulas de matemática, conforme propusemos a um grupo de estagiários da licenciatura em matemática. O projeto executado por eles buscou promover a aprendizagem conjunta de conteúdos disciplinares da matemática com habilidades de convívio social por meio de jogos. Na ação, os jogos tornaram-se ferramentas tanto para o desenvolvimento de conhecimentos matemáticos, quanto para desenvolver uma cultura de diálogo, respeito e compreensão de regras. Buscando a ruptura com uma perspectiva tradicional de educação em prol de um modelo com mais participação estudantil, os estagiários pautaram sua atuação na cultura maker para propor oficinas no qual os estudantes reelaboraram jogos de trilha, formularam as cartas e construíram tabuleiros com produtos recicláveis. Os computadores foram utilizados apenas para a busca de referências, os conteúdos matemáticos abordados foram previamente acordados entre os licenciandos e professores supervisores. A ação contribuiu para que os estudantes da Educação Básica, a partir do diálogo e da argumentação, elaborassem e resolvessem problemas que envolvem cálculos (mentais ou escritos, exatos ou aproximados) e outras habilidades matemáticas. Por sua vez, os licenciandos em matemática puderam acercar-se da cultura maker, elaborando e executando projetos didáticos pautados nessa tendência metodológica. Sobretudo, os estagiários tiveram a oportunidade de se tornarem mais conscientes e críticos com relação ao ensino e à aprendizagem matemática nas escolas públicas estaduais.