O trabalho analisa a conformação do Arranjo Produtivo Local (APL) na cidade de Maracás-BA na esteira do programa Flores da Bahia, implementado no município em 2003. A meta do programa era organizar os trabalhadores que cultivassem e comercializassem flores e, com isso, concentrar também a venda de outros aglomerados, interagindo na troca de experiências e de abastecimento da produção para o mercado estadual. A atividade inicialmente organizada pelo poder público, na figura do Governo do Estado da Bahia e da Prefeitura de Maracás, logrou retumbante êxito, tornando-se Maracás um polo da floricultura baiana, tendo sua produção exportada para Salvador e, em menor medida, Vitória da Conquista. Buscamos, neste contexto, analisar o processo de produção do espaço maracaense, destacando seus principais agentes, a saber, de um lado, o Estado, e, de outro, as associações de trabalhadores, vendo nascer, nesta conjunção, o APL-Maracás. A análise, importa ainda destacar, traz um olhar ao auge do programa, entre 2003 e 2007 e sua posterior derrocada a partir de 2012. Em termos metodológicos, esta pesquisa contou com visitas de campo às estruturas produtivas locais e entrevistas com representantes da Prefeitura e os produtores associados. Destaca-se o denso lastro temporal que esta pesquisa atravessou, tendo-se iniciado a análise do fenômeno a partir da década de 2000 e finalizada apenas em 2023.