Com o objetivo geral de evidenciar os movimentos artísticos do Grajaú como elementos ativos na formação do espaço geográfico, a presente pesquisa de mestrado utiliza os conceitos de território usado, proposto por Milton Santos, em diálogo com o conceito de cotidiano, trabalhado por Henri Lefebvre, para discutir as possibilidades que a arte traz na transformação do dia a dia vivenciado em territórios periféricos. Ainda, aponta a Cartografia como instrumento potencial no processo de apropriação da realidade artística do território por parte da população, como forma de articular as demandas locais de artistas e moradores a partir do mapeamento. No contexto da cidade de São Paulo, o Grajaú é um distrito que historicamente se volta a função residencial da classe trabalhadora, o território banhado pela represa Billings contempla a área rural e a área urbana do município, e se caracteriza pela favelização de seus bairros. Ao utilizar o método materialista histórico-dialético regressivo-progressivo, a pesquisa procura discutir o cotidiano alienado que condiciona os moradores do Grajaú a uma dinâmica laboral enfadonha e a possibilidade de alteração desse cotidiano pela população a partir do contato com os diferentes movimentos artísticos que se materializam no território, ou seja, a arte como formadora e potencial transformadora do uso do território. Nesse contexto, a Cartografia é colocada como um conhecimento que pode contribuir na articulação desses processos.