Este trabalho é parte de nossa empreitada em Programa de Pós-Doutorado, junto à Universidade de Buenos Aires, cujo objetivo é apresentar uma discussão sobre a temática da vulnerabilidade socioambiental, entendida como condição primeira para uma análise de lugares e pessoas em condições de riscos em caso de instalação de novos empreendimentos minerários. Acredita-se que o fato de considerar a condição de vulnerabilidade, antes mesmo de falar da condição de risco, seja uma forma de antecipar e prevenir os riscos e, consequentemente, as situações de perigo e crises. Metodologicamente, foi realizado um levantamento de obras que abordam a temática, tanto da vulnerabilidade quanto dos riscos e perigos que podem acometer pessoas e lugar. A construção da matriz está sendo conduzida na forma de grupos focais com vistas a envolver diferentes áreas, além da geografia. Como resultados parciais, consideramos que há um equívoco, proposital, em relação a essas políticas de segurança das pessoas e ambientes uma vez que gestores, políticos, assim como os empreendedores, no caso de grandes obras que criam condições de riscos, preferem apostar na sorte das pessoas quanto a não ocorrência de desastres e, com isso, investem mais em políticas assistencialistas, ou seja, depois que o desastre ocorreu. Entende-se aqui que investir na vulnerabilidade, que é anterior às condições de risco, seja uma medida de antecipar e prevenir os riscos, o que significa que vidas e territórios podem ser salvos da própria ocorrência dos desastres.