O presente estudo pretende examinar o mecanismo de certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) aplicado a estruturas físicas, no contexto da Avenida Paulista – SP, de acordo com o pensamento de Karl Marx sobre a categoria natureza e sua relação com outras categorias que ascendem na crítica do sistema capitalista. Na perspectiva marxista, a relação capital, trabalho e natureza é uma relação contraditória. Essa contradição a uma “falha metabólica”. Nesse sentido, paradoxalmente, ao passo em que a atenção para as questões ambientais desperta atores civis e políticos de todo o mundo culminando em vários eventos sobre a temática ambiental, caminha-se para o aprofundamento dos problemas ambientais à proporção em que o discurso ambientalista transmuta da condição crítica para ser parte do mecanismo de manutenção da lógica de reprodução do capital, na atual conjuntura de globalização neoliberal. O percurso metodológico consistiu, inicialmente, em uma pesquisa bibliográfica, na qual uma discussão teórica foi desenvolvida tendo como base as formulações marxistas. Em seguida, com o objetivo de demostrar empiricamente os tópicos discorridos, observações sistematizadas foram realizadas na Avenida Paulista e entrevistas estruturadas foram aplicadas, além de pesquisas documentais do acervo LEED disponível na internet. Os resultados apontam que sob a ótica marxista é possível desvelar discursos e ações de engrenagens do capitalismo que utilizam as questões ambientais como um “rótulo verde” que buscam antes de qualquer coisa perpetuar esse sistema.