A ação de alimentar-se, em qualidade e quantidade adequadas, permanece, mesmo em tempos de agricultura extensiva, modernizada e em seu ápice produtivo, como um problema social e político ainda não solucionado. No Brasil, país com condições climáticas, territoriais e tecnológicas favoráveis à produção de alimentos, a má alimentação e a fome encontram-se presentes na população. Diante da importância do abastecimento de alimentos no campo e na cidade, a agricultura familiar assume o protagonismo de principal fornecedor de alimentos que compõem a dieta das famílias brasileiras, contribuindo para o desenvolvimento social e econômico do Brasil, fato percebido na evolução histórica das políticas públicas, inspiradas e co-elaboradas pela FAO, que foram adotadas para aprimorar os mecanismos de produção e comercialização interno de produtos agrícolas. Assim, o objetivo central deste trabalho é discutir o protagonismo da agricultura familiar na produção e circulação de alimentos no território da Serra dos Tapes/RS, através das percepções dos mediadores sociais sobre os mercados institucionais de alimentos, a saber: o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).