Ao tomarmos o desenvolvimento rural como um conceito multidimensional e compreendermos que o espaço rural brasileiro é marcado pela heterogeneidade estrutural e produtiva, estabelecer metodologias que assumam a preocupação teórico-metodológica de entender e caracterizar essa complexa diversidade constitui exercício patente do fazer científico entre grupos de pesquisa que se dedicam aos estudos rurais/agrários. Nesse sentido, apoiados em referenciais bibliográficos que justificam a aplicação metodológica do Índice de Desenvolvimento Rural (IDR), este trabalho assume o objetivo de apresentar e discutir dados referentes à aplicação de parâmetros metodológicos utilizados nos estudos do Laboratório de Estudos Agrários e Ambientais – LEEA/UFPEL/RS (2018). Para tanto, assumiu-se como recorte espacial 10 (dez) municípios, no qual nove são pertencentes à Região Metropolitana de Piracicaba (RMP), sendo eles: Analândia, Araras, Corumbataí, Ipeúna, Leme, Limeira, Piracicaba, Rio Claro e Santa Gertrudes, somando-se a estes, o município de Brotas e buscou-se analisar a dinâmica do espaço rural desse conjunto territorial a partir das variáveis estabelecidas para o cálculo do Índice de População (IPOP), Índice de Bem-estar Social (IBES), Índice de Desenvolvimento Econômico (IDE) e Índice de Meio Ambiente (IMA), obtidas através do Censo Demográfico (2010) e do Censo Agropecuário (2017). Mediante aos resultados, ficou evidente que os municípios elegidos refletem o contexto regional de inserção, na qual uma série de características particulares em relação ao meio rural se estabelece face a predominância da economia urbano-industrial, com a presença significativa da monocultura da cana-de-açúcar e existência de propriedades familiares utilizadas em atividades agrícolas e não-agrícolas.