Por séculos a produção acadêmica na geografia fora norteada por uma visão androcêntrica de mundo, onde a sociedade era vista e estudada como um conjunto neutro, assexuado e homogêneo. Somente em 1960, esta óptica começa a ser questionada, trazendo inicialmente as discussões para as desigualdades presentes nas relações de gênero. Adotando a perspectiva de gênero enquanto categoria útil para análise histórica, essa pesquisa tem por objetivo realizar um estudo bibliométrico da produção acadêmica nacional na geografia agrária da temática gênero entre 2013-2022. Com abordagem descritiva e análises predominantemente quantitivas, elegeu-se como banco de dados o Catálogo de Teses e Dissertações (CTD), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Foram analisados 51 trabalhos em relação aos indicadores bibliométricos construídos: Tipo de produção científica; Produção científica por ano; Produção científica por instituição; Produção científica por orientador(a); Interseccionalidade das produções. Após as análises é possível concluir que a maioria dos trabalhos referem-se a produção acadêmica a nível de mestrado, dispersos em 19 instituições de ensino e realizados sob a orientação de 28 nomes. Mesmo diante de toda essa diversidade, quando observado os títulos e palavras-chave objetos destes estudos é possível dizer que predominantemente a produção acadêmica na geografia agrária entre 2013-2022 foca no estudo das relações de poder vivenciadas pelas mulheres do campo. Pelas limitações impostas à esse estudo, sugere-se as futuras pesquisas levar em consideração maior número de variáveis, bem como, a ampliação do quesito temporal.