Quando se trata de cultura alimentar, identidade regional e mesmo consumo de alimentos, é necessário observar esses tópicos como manifestação cultural complexa, que não significa somente a ingestão do alimento, mas, sim, rituais, modo de vida e também práticas sociais e de identidade. A proposta deste trabalho é de ampliar a discussão e diálogo sobre a identidade e cozinha regional mineira, contribuindo com o conhecimento e resgatar as origens e influências da formação da culinária de Minas Gerais. A construção e desenvolvimento deste trabalho estão embasados em procedimentos metodológicos pautados em pesquisas bibliográficas e documental, objetivando enriquecer a discussão e proporcionar um diálogo com outros pesquisadores, não esgotando assim a temática. Importante mencionar que este trabalho trata-se de uma discussão inicial fruto do ingresso no Programa de Pós Graduação. Claval (2001), por exemplo, fez abordagens expressivas sobre as formas pelas quais as culturas se inscrevem no espaço geográfico, abordagens essas que foram alinhadas e conectadas aos estudos de Tuan, a partir dos conceitos de topofilia e de lugar, na tentativa de compreender a culinária como forma de mediação do homem com o meio. Este processo de formação de identidade alimentar a partir de uma cozinha regional permite um povo a afirmar-se e relacionar-se a partir do que se come. Em Minas Gerais é perceptível tal afirmação e relação intrínseca do povo com as cozinhas regionais, ou seja, este estado possui uma cozinha autêntica associada a um lugar e um território que está ligado ao conceito de mineiridade.