Educação do Campo é um conceito novo e que ainda está em construção na conjuntura educacional do Brasil. Esse é construído e articulado pelos movimentos sociais, sendo assim ele emerge da luta campesina para a sociedade brasileira, ou melhor, da luta do homem do campo para à cidade. A visão de uma educação voltada para as pessoas que vivem no campo, focada em suas realidades, respeitando suas culturas é um dos princípios da Educação do Campo. Esta surgiu da luta e como mobilização organizada contra a situação atual do meio rural: situação de miséria crescente, de exclusão/expulsão das pessoas do campo; situação de desigualdades econômicas, sociais, que também são desigualdades educacionais, escolares. Seus protagonistas são as famílias e comunidades de camponeses, pequenos agricultores, sem-terra, ribeirinhos, quilombolas, e muitos educadores e estudantes das escolas públicas e comunitárias, articulados em torno de movimentos sociais rurais. Um dos aspectos que se destaca na Educação do Campo, em relação a outros diálogos sobre educação, refere-se ao vínculo que estabelece com as questões do desenvolvimento e do território nos quais a educação se realiza. Nosso trabalho objetiva analisar a possibilidade de implantação da Educação do Campo em escolas do município de Marí - PB. Para tal destacaremos os princípios teórico-metodológicos da Educação do Campo, identificaremos as políticas públicas para as escolas do campo, no município de Marí e realizaremos um levantamento dos problemas ocasionados pelo deslocamento dos estudantes do campo para a cidade no município em foco. O tipo de abordagem utilizada para a realização deste estudo foi a pesquisa mista, portanto, quantitativa e qualitativa, seguida de seleção dos sujeitos. Entrevistamos moradores do Sítio Taumatá, município de Marí, que estudaram em escolas da cidade para sabermos as principais dificuldades de acesso e permanência na escola e entrevistamos, também, pessoas responsáveis pela secretaria de educação do município de Marí. Academicamente, a pesquisa justifica-se pela discussão sobre as políticas públicas de Educação do Campo em áreas rurais, tendo como perspectiva as seguintes questões: 1) alunos que moram no campo e se deslocam para a cidade, 2) descontextualização do currículo das escolas urbanas com o campo, provocando uma desarticulação com as questões vivenciadas no cotidiano por jovens e adolescentes oriundos de áreas rurais que provocam fracasso escolar, apresentado sobre a forma de evasão, reprovação, provocado pela falta de estímulo, uma vez que, as práticas pedagógicas desenvolvidas nas escolas desconhecem, portanto desvalorizam os conhecimentos inerentes à ruralidade. Justifica-se também, por viabilizar a discussão no âmbito institucional pela implantação e implementação de políticas de Educação do Campo no Campo. Por exemplo, a construção de escolas que ofertem todos os níveis de modalidades de ensino no campo, formação continuada de professores que atuam em escolas do campo, condições estruturais de funcionamento dentre outros. Por fim, almejamos com o nosso trabalho contribuirmos para a discussão de uma educação mais próxima à realidade dos indivíduos do campo em nosso município.