Artigo Anais I CINTEDI

ANAIS de Evento

ISSN: 2359-2915

REFLETINDO SOBRE A FORMAÇÃO DO INTÉRPRETE EDUCACIONAL - IE

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Publicado em 02 de dezembro de 2014

Resumo

Esse trabalho aborda a formação e as diferentes funções dos intérpretes em salas de aula inclusivas. Para que a inclusão de alunos surdos possa ocorrer, é preciso contar com a participação de uma figura importante, o intérprete educacional. Será suficiente ser conhecedor da Língua de Sinais? Isso garante ao intérprete o sucesso em seu desempenho? É fundamental o conhecimento da Língua de Sinais, mas isso será suficiente? Ou será que é preciso buscar outros meios de se atualizar, informar-se e formar-se a fim de que sua prática seja algo que realmente inclua os alunos? Não basta somente usar a Libras; é preciso fazer uma ponte professor/alunos surdos, de forma que possam compreender aquilo que está sendo ministrado. Deve tentar cruzar a barreira linguística existente entre professor e alunos surdos, fazendo uma ponte interativa entre os alunos surdos e seus pares ouvintes, da sala de aula e da escola de um modo geral, bem como com os funcionários da escola e demais membros da comunidade escolar. Afinal, quais são os papeis do intérprete educacional? Alguns deles estão descritos na literatura, discutindo sobre os desafios e implicações que envolvem sua prática (KELMAN, 2005; LACERDA, 2013; TUXI, 2007). Quais conhecimentos deve possuir além da Língua de Sinais? Como deve se posicionar diante dos desafios? Como ele é visto pela comunidade escolar? Apenas há pouco tempo este profissional foi reconhecido/legitimado através da lei que regulamenta a profissão (Lei 12.319/2010). Há uma crescente demanda por estes profissionais, pois os que atualmente vêm atuando nos ambientes educacionais, em sua grande maioria, possuem uma formação mais empírica ou ainda não possuem qualquer tipo de formação. Urge que surja uma formação acadêmica, formal e sistemática; que não seja apenas voltada para o exercício da tradução/interpretação, porém que lhes dê base no tocante ao processo de escolarização e demais assuntos da área educacional. A formação do intérprete deve ir além do conhecimento de línguas, tornando-se plural e interdisciplinar, permitindo seu trânsito tanto na significação quanto nas possibilidades de atuação como tradutor/intérprete, pois atualmente qualquer pessoa ouvinte fluente em Língua de Sinais, se aprovada no ProLibras, poderá atuar como intérprete educacional, ainda que não tenha formação específica, técnicas ou conhecimentos voltados para isso. Para conhecer um pouco da realidade atual dos intérpretes educacionais, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com esses profissionais que atuam em espaços inclusivos. Dentre outras informações, investigou-se sobre sua formação, motivação para a escolha, tempo de atuação no exercício profissional e quais as suas funções dentro da sala de aula e em outros espaços na escola. Resultados apontam que ainda há falta de planejamento conjunto professor/intérprete e de acesso prévio aos conteúdos apresentados. Será discutida uma metodologia que contribua para o melhor resultado escolar dos educandos surdos relacionados à permanência do tradutor/intérprete de Língua de Sinais. Assim, o presente trabalho abordará pontos relacionados à formação de intérpretes educacionais, sua postura e atuação, o respeito e posição destes em relação à pessoa e à comunidade surda no reconhecimento do seu trabalho tradutório no ambiente educacional inclusivo.

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