Neste trabalho, recorte de minha tese de doutorado, que objetivou compreender como se faz o exercício do controle social sobre recursos financeiros descentralizados diretamente aos Centros de Educação de Jovens e Adultos (CEJA) e se esse exercício e a participação que ele exige contribuem para a qualidade da gestão pública escolar, intenciono refletir sobre a importância que as práticas de gestão democrática, especificamente aquelas relacionadas à gestão financeira, adquirem no interior de um CEJA, haja vista os sujeitos que circulam nestas unidades escolares, jovens e adultos já inseridos na vida adulta, em pleno exercício de sua cidadania. O percurso metodológico da pesquisa em referência construiu uma amostra sob critérios, definindo cinco loci de investigação. Por meio de questionários, captei concepções de sujeitos estudantes, professores e funcionários; e complementarmente entrevistei, também, gestores, buscando saber como, por que e para que se participa e se exerce o controle social nesses espaços. Do campo empírico emergiram diversos conteúdos relacionados às categorias participação e controle social. Também os motivos para não participar foram atentamente observados. Organizo esta reflexão a partir de discussões teóricas suscitadas no decorrer da pesquisa e de alguns dados — obtidos por meio das entrevistas aplicadas aos gestores das cinco unidades CEJA que compuseram a amostra da pesquisa — relacionados às categorias participação e controle social, que emergiram do campo empírico. A síntese possível da investigação é que os conceitos investigados e o modo como operam na instituição escolar impõe a necessidade de impulsionar e valorizar mecanismos de reforço a iniciativas populares que a própria legislação possibilita, ampliando e qualificando espaços que se ponham a serviço da população, especialmente entre sujeitos da educação de jovens e adultos.