RESUMO A pandemia do COVID-19 impactou os modos de organização de diversos setores da sociedade. O âmbito educacional precisou adaptar-se e reinventar-se. Devido às indicações de isolamento social, afim de impedir a propagação da doença, foi instaurado o ensino remoto emergencial. Este estudo tem como objetivo analisar o que os periódicos da área da educação trazem sobre as experiências do ensino remoto emergencial por docentes e discentes da rede pública e privada na educação básica durante a pandemia do COVID-19 no Brasil. Para tal, foi realizada uma revisão bibliográfica da literatura utilizando a lente teórica dos Estudos Culturais, em específico o Campo da Diferença. A pesquisa foi efetivada em duas bases de dados Google Acadêmico e Scielo Brasil, tendo por base leituras exploratórias, seletivas, analíticas e interpretativas, resultando em 10 artigos que tratavam explicitamente das experiências dos sujeitos. A coleta de dados foi realizada no mês de novembro de 2021, considerando as publicações entre 2020 e 2021. O mapeamento da produção elencou os seguintes temas: a) desigualdades sociais e digitais; b) relação de alunos e professores com as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs); c) impactos da migração emergencial para o ensino remoto; d) infraestrutura digital e apoio escolar. Constatou-se que alunos e professores da educação básica na rede pública em comparação à rede privada, sofreram de maneira mais direta os impactos negativos da mudança para o ensino remoto. Como o acesso mais tardio ao ensino remoto, falta ou dificuldade de acesso às TICs, carência de letramento digital e apoio escolar, dificuldades de adaptação, problemas de aprendizagem e sobrecarga de trabalho. Concluímos que muitos tiveram o direito à educação negligenciado, expressando o aumento das desigualdades sociais e digitais durante a pandemia.