Objetiva-se desenvolver neste trabalho uma análise das relações de poder em O Ateneu, de Raul Pompéia. Para tanto, parte-se da perspectiva de que em O Ateneu, o espaço escolar retratado na obra é um microcosmo, em que tais relações são estabelecidas através de discursos criadores de “verdades”, que alimentam a lógica do poder, observando as práticas que se desenvolvem em torno das discriminações, especificamente, do homoerotismo masculino. Assim também como o tema está sendo tratado por professores em contato direto com tais práticas. Visto ser a escola um ambiente disciplinador, onde pode ser percebida a presença de um conceito de identidade fixa, que alimenta os ideais de hegemonia e procura sufocar as diferenças, a diversidade e o caráter de identidade móvel dos sujeitos. Acredita-se que, a partir daí, será possível contribuir para o debate crítico sobre a discriminação, o preconceito, a hierarquia sexual e a intolerância, visando encontrar caminhos que apontem para a superação de tais temáticas na escola.