PEREIRA, Camila Santos. Amefricanidade como potência pedagógica. E-BOOK VII ENESEB... Campina Grande: Realize Editora, 2022. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/88002>. Acesso em: 24/11/2024 16:05
NO CAMPO DOS ESTUDOS SOCIOLÓGICOS, SOBRETUDO NO BRASIL, OBSERVAMOS A ALARMANTE DEFASAGEM DE REFERÊNCIAS A INTELECTUAIS NEGRAS E NEGROS, NO PROCESSO FORMATIVO, SEJA NA EDUCAÇÃO BÁSICA OU NO ENSINO SUPERIOR. A AUSÊNCIA DE AUTORAS COMO LÉLIA GONZALEZ, ANTROPÓLOGA, HISTORIADORA, FILÓSOFA, ATIVISTA, UMA DAS PENSADORAS MAIS IMPORTANTES DO SÉCULO XX, SÓ SE EXPLICA DEVIDO AO VIOLENTO RACISMO INSTITUCIONAL. ESTE CONSISTE, NESSE CASO, EM UM DISPOSITIVO ACADÊMICO-CIENTÍFICO QUE IMPEDE VOZES CONTUNDENTES E ESSENCIAIS DE CIRCULAR E ALCANÇAR OS CORPOS PULSANTES QUE OCUPAM AS SALAS DE AULA: ESTUDANTES QUE ANSEIAM POR TEXTOS COM OS QUAIS POSSAM IDENTIFICAR-SE E, SOBRETUDO, QUE REFLITAM O IMPACTO DE RELAÇÕES DE DOMINAÇÃO E DESIGUALDADES ESTRUTURAIS. FAZEMOS USO DE UM DOS CONCEITOS DE GONZALEZ MAIS CONHECIDOS, PRINCIPALMENTE NOS GRUPOS DE ESTUDOS FORMADOS MAJORITARIAMENTE POR PESSOAS NEGRAS, A AMEFRICANIDADE. OCUPAMOS, DESSA FORMA, UM ESPAÇO QUE AINDA INSISTE EM ESCANTEAR OS CONHECIMENTOS PRODUZIDOS POR PESSOAS CUJA EXISTÊNCIA TEM SIDO, CONSTANTEMENTE, INFERIORIZADA PELAS NORMAS DA BRANQUITUDE E DO HETEROCISSEXISMO, ADEMAIS DA ÍNTIMA RELAÇÃO COM A RACIONALIDADE NEOLIBERAL. AO ARTICULAR A LEITURA AMEFRICANA DO NOSSO PASSADO E PRESENTE, ENCONTRAMOS REFERÊNCIAS NÃO HEGEMÔNICAS PARA INTERPRETAR AS PRÁTICAS DOCENTES ENQUANTO POTÊNCIA PEDAGÓGICA. EM MOVIMENTO, PORTANTO, NO INTUITO DE DESVINCULAR-NOS DE PARÂMETROS DISCRIMINATÓRIOS E RACISTAS E REDEFINIR NOSSO PROJETO DE SOCIEDADE.