O movimento de inclusão educacional é permeado por inúmeros desafios, em todos os níveis e etapas do ensino. Aprender e ensinar em uma escola que se propõe inclusiva requer uma serie de mudanças, que vão da reformulação do currículo à revisão das práticas e concepções educacionais. Embora muitos restrinjam à inclusão escolar a inserção de alunos com deficiência nas escolas regulares, é certo que este é um processo que compreende um leque ampliado de requisitos: formação, infraestrutura, material e recursos didáticos de apoio especiais, metodologia, constituem alguns exemplos. Para tornar as nossas escolas e a educação efetivamente inclusivas é de suma importância que seja assegurado, a priori, o direito de cada aluno à diferença. A Constituição Brasileira de 1988 assegurou à todos os brasileiros, e as crianças em especial, o direito de acesso e permanência na escola, da Educação Básica ao Ensino Superior. Com o reconhecimento desse direito estava dado o primeiro passo no caminho à inclusão educacional. Desde então, a escola não é mais a mesma, aquele espaço homogeneizador em que se via e se atendia apenas crianças tidas como “normais”, em tese, deveria deixar de existir. Proposta que vem ganhando espaço a medida que o discurso da inclusão e da diversidade foram sendo disseminados, surgindo na sociedade o desejo pela edificação de nova escola: aberta à diversidade e totalmente apta a fazê-la refletir em todas as suas instâncias constitutivas. Desse modo, a inclusão escolar vai além da mera inserção de alunos com deficiência nas redes regulares de ensino, é um processo que também deve levar em consideração a diversidade cultural na qual esses sujeitos estão inseridos e como este, por sua vez, revela-se na escola. No entanto, será que o espaço escolar abre caminhos para incluir todas as diferenças existentes? Para contribuir com a construção de uma educação inclusiva é crucial que se mude o fazer pedagógico, focando-o em uma aprendizagem contextualizada, que potencialize o desenvolvimento dos alunos. A partir dessa premissa, nos propomos a verificar como vem se dando o processo de inclusão escolar no município de Campina Grande-PB, para tanto toamos como recorte a escola campo do nosso estágio supervisionado a fim de observar os limites, as dificuldades e os êxitos obtidos. A abordagem metodológica consiste em uma pesquisa qualitativa, do tipo estudo de caso, fundamentado por uma pesquisa documental e bibliográfica. Os instrumentos de coleta de dados foram a observação – com registro audiovisual e a aplicação de questionários semi-aberto. Através da pesquisa percebemos que o espaço escolar trabalha a inclusão, na maioria das vezes, mais voltada para a diversidade através de projetos articulados entre si, que abordam questões relacionadas ao bullying, às questões de gênero e de identidade. Contudo, algumas escolas não dispõem de uma política inclusiva para pessoas com deficiências já que, na maioria dos casos, a estrutura física não é adequada (da ausência dos banheiros adaptados a falta de acessibilidade), não há Salas de Recursos Multifuncionais e tampouco a existência de atividades diferenciadas para esse público. Quanto aos professores entrevistados, verificamos que não possuem uma formação adequada para atuar com alunos com deficiência, no entanto, trabalham com a diversidade cultural. Sendo assim, é possível afirmar que a inclusão escolar ainda tem muito que caminhar. Apesar de estar assegurada em lei, da Constituição de 1988 a uma política específica, muito ainda precisa ser feito.