ATUALMENTE TEMOS SOFRIDO COM IN?MEROS RETROCESSOS NA VIDA POL?TICA, VIVENCIANDO A PERDA DE DIREITOS QUE OUTRORA FORAM CONQUISTADOS. NESSE CEN?RIO, PRESENCIAMOS UMA PARCELA DA SOCIEDADE QUE SE COLOCA ADVERSA AS PAUTAS FEMINISTAS E AS QUEST?ES G?NERO, COMO SE FOSSE PRECISO COMBATE-LAS, COMO SE REPRESENTASSEM UMA AMEA?A. DE ACORDO COM GARCIA (2011), SE PERCORRERMOS A HIST?RIA DO FEMINISMO NO MUNDO, ? POSS?VEL OBSERVAR QUE ESSE MOVIMENTO POR VEZES FOI FOCO DE CAMPANHAS QUE FIZERAM COM QUE AS PESSOAS ACREDITASSEM QUE ELE FOSSE, DE FATO, UM INIMIGO. DISTORCENDO A REALIDADE DE UM FEMINISMO QUE LUTAVA PELOS DIREITOS DAS MULHERES. AS DESIGUALDADES ENTRE HOMENS E MULHERES PRODUZIRAM DISCURSOS QUE POSSIBILITASSEM JUSTIFICAR ESSA PR?TICA. NA GR?CIA ANTIGA, ASSIM COMO NA TRADI??O JUDAICO CRIST?, SEGUNDO GARCIA (2011), EVA E PANDORA EXERCERAM O PAPEL DE MOSTRAR QUE A CURIOSIDADE DA MULHER REPRESENTAVA PERIGO E DESGRA?AS ? HUMANIDADE, CEN?RIO QUE SE REFLETE AT? HOJE NA SOCIEDADE. ? VISTA DISSO, ? IMPRESCIND?VEL RECONHECER A IMPORT?NCIA DO FEMINISMO FRENTE A UM MUNDO MACHISTA, NO QUAL EM 2018 MAIS DE 4 MIL MULHERES SOFRERAM COM O FEMINIC?DIO S? NO BRASIL, SEGUNDO O ATLAS DA VIOL?NCIA DE 2020 DO GOVERNO FEDERAL. DESSA FORMA, ESSE ARTIGO TEM COMO OBJETIVO GERAL DESTACAR A IMPORT?NCIA DA INSER??O DAS QUEST?ES DE G?NERO E DA HIST?RIA DO MOVIMENTO FEMINISTA NA EDUCA??O B?SICA, A PARTIR DE UMA FORMA??O DOCENTE QUE PREPARE O FUTURO/A PROFESSOR/A PARA EXERCER ESSE PAPEL. ESSE TRABALHO SE CARACTERIZA COMO UM ESTUDO QUALITATIVO, TENDO COMO METODOLOGIA A PESQUISA BIBLIOGR?FICA. O FEMINISMO VEM AO ENCONTRO DE ENCERRAR COM DISCURSOS QUE MOSTRAM O MASCULINO COMO UNIVERSAL. A TEORIA FEMINISTA, CAMPO DE ESTUDOS ACAD?MICOS CENTRADO NA MULHER, SE APRESENTOU DESDE O IN?CIO COMO UM ESPA?O ABERTO ?S DISCUSS?ES DE G?NERO ORIUNDOS DE UMA SOCIEDADE SEXISTA (HOOKS, 2019). O MOVIMENTO FEMINISTA PASSOU POR MUDAN?AS QUANDO, JUNTAS, MULHERES NEGRAS E BRANCAS PASSARAM AFRONTAR A IDEIA DE QUE G?NERO DETERMINAVA O DESTINO DA CLASSE FEMININA (HOOKS, 2019). A PARTIR DO RECONHECIMENTO DA RELA??O ENTRE G?NERO, RA?A E CLASSE ESSA TEORIA CONCEDEU UM CAR?TER REVOLUCION?RIO PARA O MOVIMENTO FEMINISTA, EM BUSCA DE DESESTRUTURAR ESSA CULTURA PATRIARCAL, OFERECENDO BASES TE?RICAS PARA ESSE MOVIMENTO (HOOKS, 2019). ADEMAIS, APRESENTOU QUATRO CONCEITOS QUE SE TORNARAM INDISPENS?VEIS PARA COMPREENDERMOS A SOCIEDADE ATUAL, DANDO AMPARO PARA QUE SEJA POSS?VEL IDENTIFICAR OS MECANISMOS DE EXCLUS?O E COMBATE-LOS, SENDO ESSES CONCEITOS: O ANDROCENTRISMO, O PATRIARCADO, O SEXISMO E, FINALMENTE, O G?NERO. NA D?CADA DE 80 O FEMINISMO TOMA UMA GRANDE PROPOR??O E ATINGE O STATUS ACAD?MICO. ESSE FEMINISMO SE TORNA DIVERSIFICADO E RECONHECE AS DIFERENTES LUTAS DAS MULHERES, FRENTE A UM FEMINISMO QUE ANTERIORMENTE ERA FORMADO POR MULHERES BRANCAS DE CLASSE M?DIA. AQUI TEMOS O RECONHECIMENTO DAS CATEGORIAS QUE DIVERSIFICAM ESSA LUTA, TAL COMO RA?A, CLASSE E G?NERO. HOJE, DEVEMOS COMPREENDER A PLURALIDADE DO FEMINISMO E SUAS DIFERENTES VERTENTES. MESMO QUE ESSA SEJA UMA LUTA POR IGUALDADE DE DIREITOS, ELE SE DIVIDE EM LUTAS DE COLETIVOS DE MULHERES A PARTIR DO SEU LUGAR DE FALA FRENTE AS CATEGORIAS DE G?NERO, CLASSE E RA?A. COMPREENDER ESSA DIFEREN?A ? IMPORTANTE PARA QUE POSSAMOS RECONHECER A LUTA DE CADA GRUPO DE MULHERES. ESSE RECONHECIMENTO PERMITE QUE MAIS MULHERES SEJAM ATINGIDAS A PARTIR DA DEMOCRATIZA??O DO ACESSO ? INFORMA??O. DE FATO, A EQUIDADE ENTRE OS G?NEROS AINDA N?O FOI ALCAN?ADA, A VIOL?NCIA AINDA ? UM TEMA PRESENTE NO NOSSO COTIDIANO, ASSIM COMO A DISCRIMINA??O E O RACISMO. POR ISSO O FEMINISMO AINDA ? T?O PRESENTE E SE FAZ CADA VEZ MAIS NECESS?RIO NA SOCIEDADE, COMO UM MOVIMENTO QUE SEGUE LUTANDO PARA QUE AS MULHERES SEJAM LIVRES E POSSAM DEFINIR SUAS IDENTIDADES E SUAS ESCOLHAS. NOS ESTUDOS QUE DIZEM RESPEITO ? CATEGORIA DE G?NERO ? INDISPENS?VEL DESCONTRUIRMOS AS OPOSI??ES BIN?RIAS, ASSIM COMO MASCULINO/FEMININO. PARA SCOTT (1995), ? REPETIDO O PENSAMENTO POLARIZADO SOBRE OS G?NEROS, NO QUAL A SOCIEDADE ENCARA HOMENS E MULHERES COMO POLOS OPOSTOS, OCORRENDO UMA RELA??O DE DOMINA??O/SUBMISS?O. SENDO ASSIM, ? PRECISO QUESTIONAR ESSE CAR?TER BIN?RIO, CONSIDERANDO QUE AO EXALTAR AS DIFEREN?AS ENTRE OS SERES, O QUE ? REIVINDICADO ? QUE TAIS SUJEITOS SEJAM RECONHECIDOS EM SUAS SINGULARIDADES. AS DIFEREN?AS SEXUAIS ENTRE MULHERES E HOMENS DE FATO EXISTEM, MAS O G?NERO QUE FALAMOS AQUI EST? PARA AL?M DO SIGNIFICADO BIOL?GICO, MAS SIM IMERSO EM UM CEN?RIO POL?TICO E IDENTIT?RIO. A PARTIR DISSO, ? NECESS?RIO OLHARMOS PARA A IMPORT?NCIA DAS QUEST?ES DE G?NERO NO CURR?CULO DA EDUCA??O B?SICA, PARA QUEBRAR COM PADR?ES IMPOSTOS PELA SOCIEDADE E DAR ESPA?OS PARA OS OUTROS SUJEITOS, QUE S?O CONSIDERADOS INVIS?VEIS DENTRO DESSES ESPA?OS, ? NECESS?RIO QUE A FORMA??O DOCENTE PREPARE AS FUTURAS E OS FUTUROS PROFISSIONAIS PARA UMA PR?TICA CR?TICA QUE ESTEJA APTA A DISCUTIR E QUESTIONAR O PAPEL DOS ESTUDOS DE G?NERO NA SOCIEDADE. ? NECESS?RIO N?O APENAS QUESTIONAR O QUE ? ENSINADO DENTRO DAS ESCOLAS, MAS TAMB?M A FORMA COMO N?S, PROFESSORAS E PROFESSORES, ENSINAMOS E COMO SOMOS FORMADAS/DOS. AO TRABALHAR COM ESSAS DISCUSS?ES NA ESCOLA E PROBLEMATIZAR AS RELA??ES DE PODER EMPREGADAS NESSE LUGAR, D?-SE ESPA?O E VISIBILIDADE PARA AS DIFERENTES IDENTIDADES, PARA QUE TAIS SUJEITOS POSSAM SE CONHECER E SE RECONHECER. TRABALHAR AS RELA??ES DE G?NERO ? UMA PR?TICA AINDA POUCO CONSIDERADA PELA ESCOLA. S?O ESSAS CONVEN??ES QUE DECIDEM QUEM EST? INCLUSO E QUEM EST? EXCLUSO DO AMBIENTE ESCOLAR. COM A AN?LISE DESSES CAMPOS DE ESTUDO NA EDUCA??O ? POSS?VEL CONSTATAR QUE OS ESTUDOS DE G?NERO E AS QUEST?ES QUE ENVOLVEM AS MULHERES S?O PAUTAS CADA VEZ MAIS PRESENTES NA SOCIEDADE. APESAR DISSO, VIMOS QUE ESSAS DISCUSS?ES AINDA ENCONTRAM MUITAS BARREIRAS PARA SE INSERIREM NOS ESPA?OS EDUCATIVOS. A PROBLEMATIZA??O E COMPREENS?O DAS RELA??ES DE PODER GERADAS A PARTIR DAS RELA??ES DE G?NERO PERMITE QUE OS/AS ESTUDANTES RECONHE?AM A EXIST?NCIA DE DIFERENTES IDENTIDADES, COMBATENDO-SE ASSIM, AS DISCRIMINA??ES E CORROBORANDO PARA UM AMBIENTE MENOS DESIGUAL. INSERIR AS QUEST?ES DE G?NERO DENTRO DOS ESPA?OS ESCOLARES VAI DE ENCONTRO COM ALCAN?AR A EQUIDADE E O RESPEITO AOS DIREITOS HUMANOS NA SOCIEDADE.