Baseando-se no pensamento de Ferro (1992) de que é possível através da análise de uma obra fílmica chegar a um testemunho da história, o presente artigo tem como finalidade desenvolver uma análise da obra cinematográfica “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin (USA, 1936), que se passa nos Estados Unidos por volta dos anos 30, no auge da depressão. Tendo como referencial teórico o pensamento: o tecnicismo de Doll (2002), as relações entre cinema e história de Ferro (1992) e o gerencialismo e educação de Cabral Neto (2007), buscamos analisar a fábrica como modelo de organização da educação escolar na sociedade capitalista. Dessa forma, por meio da análise dos planos e sequências mais significativos do filme, foi possível desenvolver uma reflexão quanto às influências do modelo de gerenciamento e administração de todo o processo da fábrica em tempos e espaços educacionais. Abordando o cinema com uma fonte testemunhal de um momento histórico, o filme analisado destaca de forma bastante crítica às características marcantes do modelo de produção capitalista, que tem como base o taylorismo. Com o ritmo frenético das fábricas esse modelo de produção, exigia a adaptação dos operários, o que causou inúmeros desempregos, a escola então torna-se o principal órgão responsável pela criação de mão de obra qualificada para o mercado de trabalho. Surgindo assim a necessidade de adequar o sistema educacional as exigências do sistema capitalista, permanecendo até os dias atuais, havendo apenas aperfeiçoamento para adequar-se a estrutura da sociedade.
ABSTRACT
Based on the thought of Iron (1992) that it is possible through the analysis of a film work reach a testimony of history, this paper aims to develop an analysis of the cinematographic work "Modern Times" by Charles Chaplin (USA 1936), which goes in the United States around the age of 30 at the height of the depression. Having as theoretical thinking: the technicality of Doll (2002), the relationship between cinema and history of Iron (1992) and managerialism and education Cabral Neto (2007), we analyze the factory as a model of organization of school education in capitalist society. Thus, by analyzing the most significant plans and sequences of the film, it was possible to develop a reflection about the influences of management and administration of the whole process of the plant in times and spaces educational model. Approaching the cinema with a testimonial source of a historical moment, the film highlights examined quite critically the salient features of capitalist production model, which is based on Taylorism. With the frenetic pace of factory production model that required the adaptation of workers, which caused many unemployed women, the school then becomes the main organ responsible for creating skilled manpower for the labor market. Thus resulting in the need to adapt the educational system demands of the capitalist system, remaining to this day, with only improvement to suit the structure of society.
KEYWORDS: technicality: School Education; factory; Cinema.