Artigo VII CONEDU - Conedu em Casa

ANAIS de Evento

ISSN: 2358-8829

ESCOLA E FAMÍLIA: ENTRE A DIVERSIDADE E AS ADVERSIDADES

Palavra-chaves: ESCOLA PÚBLICA, FAMÍLIA, POBREZA, , Comunicação Oral (CO) GT 11 - Inclusão, Direitos Humanos e Interculturalidade
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      RESUMO\r\n
      \r\n
      O OBJETIVO DESTE TRABALHO É REFLETIR SOBRE A RELAÇÃO ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA, CONSIDERANDO AS DIVERSIDADES QUE ATRAVESSAM O CONTEXTO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA.  A TRILHA METODOLÓGICA DESTE ESTUDO FOI DE CUNHO QUALITATIVO, ONDE FORAM REALIZADAS DUAS ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS. DURANTE O PROCESSO DE INSERÇÃO NA ESCOLA, ALGUMAS OBSERVAÇÕES FORAM REALIZADAS E REGISTRADAS EM DIÁRIOS DE CAMPO, PARA POSTERIORES ANALISES. PARA TANTO, TOMAMOS COMO BASE A ANÁLISE DE CONTEÚDO, COM AUXÍLIO DO SOFTWARE ATLAS T.I 2.6. AS CATEGORIAS CENTRAIS NESSE ESTUDO FORAM: ESCOLA PÚBLICA E FAMÍLIA. OS RESULTADOS APONTARAM PARA UM DISTANCIAMENTO ENTRE A ESCOLA E O MODO DE VIDA DA FAMÍLIA ATENDIDA, O QUE VISIVELMENTE, GERA IMPLICAÇÕES NA MANEIRA COMO SE COMPREENDE A PARTICIPAÇÃO E O COMPROMISSO DESSAS FAMÍLIAS PARA COM A ESCOLARIZAÇÃO DE SEUS FILHOS.\r\n
      \r\n
      PALAVRAS-CHAVE: ESCOLA PÚBLICA, FAMÍLIA, POBREZA.\r\n
      \r\n
      INTRODUÇÃO\r\n
      \r\n
      AO ABORDAR A RELAÇÃO ESCOLA E FAMÍLIA, BUSCAREMOS TORNAR MAIS VISÍVEL O ENSINO PÚBLICO E SUA RELAÇÃO COM ESSE MODO DE EDUCAR E CONCEBER A APRENDIZAGEM. TRATA-SE DE UMA ESCOLHA ÉTICA E POLÍTICA, PRESENTE NO CAMPO DA PSICOLOGIA QUE NOS LEVA A RECONHECER O NOSSO COMPROMISSO SOCIAL COM O QUE É VOLTADO PARA A GARANTIA DOS DIREITOS DAS PESSOAS MAIS POBRES. PAUTANDO-NOS NISSO, NOSSO FOCO SERÃO AS FAMÍLIAS USUÁRIAS DO ENSINO PÚBLICO, QUE EM SUA MAIORIA, VIVEM EM CONDIÇÕES DE POBREZA. DESSA FORMA, NOSSO INTUITO SERÁ COMPREENDER COMO VIVE A FAMÍLIA POBRE E COMO SE DÁ SUA RELAÇÃO COM A ESCOLA.\r\n
      FARIAS FILHO (2000) AFIRMA QUE A TRADIÇÃO DE ESCOLARIZAÇÃO DAS FAMÍLIAS, CLASSE E AS CONDIÇÕES SOCIAIS DA FAMÍLIA, O CONTEXTO URBANO OU RURAL, A QUANTIDADE DE FILHOS, SE OS RESPONSÁVEIS TRABALHAM OU NÃO E COM QUE TRABALHAM, SÃO ALGUNS DOS FATORES QUE PODEM GERAR IMPACTOS POSITIVOS E, OU NEGATIVOS PARA ESSA RELAÇÃO.\r\n
      A IMPORTÂNCIA DESSA QUESTÃO TEM COMO RAIZ A CONSTATAÇÃO DE QUE, DE ALGUM MODO, SEJA DIRETO OU INDIRETO, A ESCOLA SE FAZ PRESENTE NO COTIDIANO DA FAMÍLIA. PARA LANE (1985) A ESCOLA É O SEGUNDO MEIO DE SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA, CONSTITUINDO-SE COMO UM ESPAÇO DE RELAÇÕES INTERPESSOAIS E DE APRENDIZAGEM, QUE CONTRIBUI PARA O DESENVOLVIMENTO E A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DE SUA IDENTIDADE. FRENTE AO EXPOSTO, TEMOS COMO OBJETIVO GERAL REFLETIR SOBRE A RELAÇÃO ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA, CONSIDERANDO AS DIVERSIDADES QUE ATRAVESSAM O CONTEXTO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA.\r\n
      \r\n
      METODOLOGIA\r\n
      \r\n
      A TRILHA METODOLÓGICA SE CONSTITUIRÁ NA DETERMINAÇÃO DAS FORMAS E PROCESSOS QUE SERÃO UTILIZADOS NO DECORRER DA PESQUISA, ASSIM COMO OS MEIOS, TÉCNICAS E POSTURA DO PESQUISADOR. ENTÃO, PARA ISSO FOI FUNDAMENTAL A INSERÇÃO NO AMBIENTE DIRETO DA FAMÍLIA, RECONHECENDO A IMPORTÂNCIA DO OLHAR NO PESQUISADOR, QUE DEVE SER DESCRITIVO E ANALÍTICO, DISPENSANDO QUALQUER IDEIA DE NEUTRALIDADE NO PROCESSO DA PESQUISA. DE ACORDO COM MINAYO (2001), A PESQUISA QUALITATIVA SE VOLTA PARA QUESTÕES SUBJETIVAS E REAIS, BUSCANDO COMPREENDER OS SIGNIFICADOS, CRENÇAS, VALORES. DESSA FORMA ENTENDE-SE QUE ESTA ABORDAGEM PERMITIRÁ INTERPRETAR OS FENÔMENOS RELACIONADOS À ANÁLISES DOS SENTIDOS CONSTRUÍDOS PELAS FAMÍLIAS ACERCA DE SUA RELAÇÃO COM A ESCOLA, NO CONTEXTO DO ENSINO PÚBLICO E POSSIVELMENTE ATRIBUIR SIGNIFICADOS, QUE TERÃO FOCOS PRINCIPAIS NA SUBJETIVIDADE DOS MESMOS. \r\n
      PARA COLETAR DOS DADOS FORAM REALIZADAS ENTREVISTAS, NA CASA DAS FAMÍLIAS, QUE OCORREU COM O ACOMPANHAMENTO DO GRUPO ESCOLAR. A ENTREVISTA É UM DOS MEIOS DE COLETA DE DADOS, SENDO REALIZADA DE UMA FORMA PRÉVIA, BUSCANDO ALCANÇAR OS CONTEÚDOS E QUESTÕES A SEREM ESTUDADAS, DA MANEIRA MAIS COMPLETA POSSÍVEL (MANZINI, 1991; ROSA; ARNOLDI, 2006). A ENTREVISTA FOI REALIZADA COM DUAS REPRESENTANTES DE CADA FAMÍLIA, QUE FORAM ESCOLHIDAS JUNTO COM A COORDENAÇÃO DA ESCOLA, A PARTIR DO CRITÉRIO DE PARTICIPAÇÃO, OU SEJA, FOI DEFINIDA UMA FAMÍLIA QUE PARTICIPA COM FREQUÊNCIA DA ESCOLA E OUTRA QUE A ESCOLA NÃO CONSIDERA PARTICIPATIVA. A ANÁLISE DO MATERIAL PRODUZIDO SE DARÁ ATRAVÉS DA ANÁLISE DE CONTEÚDO, DE BARDIN (1977). AS CATEGORIAS CENTRAIS NESSE ESTUDO FORAM: ESCOLA PÚBLICA E FAMÍLIA. \r\n
      \r\n
      RESULTADOS E DISCUSSÕES\r\n
      \r\n
      NA REDE DE ENSINO PÚBLICO A REALIDADE VIVIDA PELAS FAMÍLIAS É PRECÁRIA, POIS LIDAMOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES QUE VIVEM À MARGEM DA SOCIEDADE, EM CONTEXTO DA EXCLUSÃO SOCIAL, E QUE NECESSITAM CADA VEZ MAIS DE UMA ASSISTÊNCIA NO DIA-A-DIA. AO CONSIDERAR ISSO, FAZ-SE PRECISO AMPLIAR A IDEIA DE PARTICIPAÇÃO E NÃO SIMPLESMENTE JULGAR OU ACUSAR ESSA FAMÍLIA POR SUA AUSÊNCIA. NOTAMOS ISSO NA SEGUINTE FALA: “QUANDO TEM REUNIÃO NEM VOU, PORQUE SE EU FALTAR O TRABALHO, NEM EU ALMOÇO, NEM TRAGO PRA ELES, NÉ FÁCIL NÃO MINHA FIA, NÃO TENHO TEMPO DE ESTAR EM REUNIÃO DE ESCOLA, PRECISO ACORDAR MUITO CEDO E IR PRA LUTA” (ORQUÍDEA, E1, P. 02). ESSE MODO DE VIVER É ATRAVESSADO POR CONDIÇÕES DE EXTREMA DESIGUALDADES SOCIAIS QUE GERAM PROCESSOS DE MARGINALIZAÇÃO E DE SOFRIMENTO PSICOSSOCIAL QUE SE AGRAVA PELA FALTA DE CONSCIÊNCIA DESSES SUJEITOS SOBRE VARIÁVEIS QUE CONTRIBUEM COM O SOFRIMENTO ADVINDO DA REALIDADE DE POBREZA, CARACTERÍSTICO DA NOSSA MAIORIA POPULAR LATINO-AMERICANA. \r\n
      COMO CENÁRIO DE COMPREENSÃO MULTIDIMENSIONAL DA POBREZA (SEN, 2000), PERCEBE-SE QUE A AMÉRICA LATINA SE SITUA COMO UMA REALIDADE EM QUE A POBREZA É EVIDENCIADA EM SUAS RAMIFICAÇÕES SOCIAIS, POLÍTICAS, ESTRUTURAIS E IDEOLÓGICAS. SIGNIFICA DIZER QUE A POBREZA ESTÁ EXPRESSA EM DIVERSOS ÂMBITOS, SEJA NA INSUFICIÊNCIA DE RENDA DE UMA SIGNIFICATIVA PARCELA DA POPULAÇÃO LATINOAMERICANA; NOS GOVERNOS GERALMENTE CENTRALIZADORES DE RIQUEZA; NAS CREN- ÇAS QUE VISUALIZAM A POBREZA COMO INDIGNA, RUIM E PERIGOSA; OU NA ORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA QUE ANULA AS POSSIBILIDADES DE MUDANÇA DAS TRAJETÓRIAS DOS INDIVÍDUOS POBRES (CIDADE, MOURA JR; XIMENES, 2012, P. 89)\r\n
      ASSIM, FICA CLARO COMO A POBREZA TEM IMPLICAÇÕES PARA O PSIQUISMO DAS PESSOAS, A IDEOLOGIA DE SUBMISSÃO E RESIGNAÇÃO, VAI CONTRIBUINDO PARA CONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE DO OPRIMIDO E EXPLORADO E ESTIMULANDO UMA CULTURA DO SILÊNCIO, ONDE OS INDIVÍDUOS CHEGAM A PENSAR QUE POR SEREM POBRES SÃO INCAPAZES OU TEM MEDO DE LUTAR POR SEUS IDEAIS (LEWIS, 1959: 15). ESSAS CATEGORIAS PSICOLÓGICAS ESTÃO PRESENTES NAS PESSOAS QUE VIVEM EM CONDIÇÕES DE POBREZA FAZEM PARTE DO QUE MARTÍN-BARÓ (1990) CHAMA DE CULTURA DA POBREZA, QUE TRATA DE UM MODO DE VER E VIVER ESPECIFICO, ONDE CADA SUJEITO POBRE CHEGA A ACREDITAR QUE NÃO VAI CONSEGUIR VENCER NA VIDA, POR SE CONSIDERAREM UM FRACASSADO, POSTO PELO SISTEMA CAPITALISTA QUE INDIVIDUALIZA OS COMPORTAMENTOS, SENTIMENTOS, CONQUISTAS E DERROTAS. O CAPITALISMO TEM IMPLICAÇÕES PARA A SUBJETIVIDADE DAS PESSOAS POBRES E CONTRIBUI COM PROCESSOS DE OPRESSÃO COTIDIANA. EM OUTRAS PALAVRAS, A POBREZA ESTÁ PRESENTE NO DIA-A-DIA DAS PESSOAS, IMPONDO MODOS DE VIDA DESIGUAIS, REFORÇANDO A COMPETIÇÃO E AS DISPARIDADES E INJUSTIÇAS PROVENIENTES DO SISTEMA CAPITALISTA (CIDADE, MOURA JR; XIMENES, 2012). \r\n
      SEGUNDO PAULO FREIRE (1992) TODO SUJEITO EXCLUÍDO DA SOCIEDADE É OPRIMIDO PELAS CIRCUNSTÂNCIAS E CONDIÇÕES MATERIAIS DE VIDA, DE MISÉRIA, DE IGNORÂNCIA, DE ABANDONO. ASSIM, TODOS OS INDIVÍDUOS PRESOS À COMPREENSÃO SIMPLISTA E INDIVIDUALISTA DO SOCIAL, VÊ O OPRIMIDO COMO AQUELE QUE NÃO TEM A CAPACIDADES, O QUE FAZ COM QUE O PRÓPRIO OPRIMIDO SE RECONHEÇA COMO TAL, POIS O VÉU DA ALIENAÇÃO OBSCURECE SEU MODO DE VER A REALIDADE E CONSEQUENTEMENTE SEU MODO DE VIVER A VIDA. A VIVÊNCIA DA POBREZA PODE GERAR SENTIMENTOS DE EXCLUSÃO SOCIAL E OPRESSÃO, DE MANEIRA OBJETIVA E SUBJETIVA, QUE SE MANIFESTA NO MODO DE VIDA DO SUJEITO POBRE:\r\n
      \r\n
      “(...) PRECISO TRABALHAR PARA DAR COMIDA A ELES, POIS SOU SOZINHA CHEGO SETE HORAS DA NOITE DA NOITE E AINDA VOU LAVAR ROUPA NO CHÃO DO QUINTAL, MINHA PIA TÁ QUEBRADA, VIU? AH, VOCÊ NÃO SABE FIA, EU TRABALHO MUITO, A ESCOLA TEM QUE ENSINAR A ELES E EU TENHO QUE BOTAR COMIDA EM CASA.” (ORQUÍDEA, E1, P. 3)\r\n
      \r\n
      ASSIM, FICA CLARO O QUANTO O MODO DE VIDA DA FAMÍLIA POBRE REPERCUTE NA ESCOLARIZAÇÃO DA CRIANÇA, POIS SE A MÃE TEM QUE TRABALHAR PARA ALIMENTÁ-LA, ACABA NÃO TENDO A OPÇÃO DE SE FAZER PRESENTE NA ESCOLA, PELAS EXIGÊNCIAS DE SEU COTIDIANO OPRESSOR. DE ACORDO COM CIDADE, MOURA JUNIOR, XIMENES (2012), A REALIDADE DE POBREZA NÃO ESTÁ APARTADA DA CONSTRUÇÃO DE UMA IDEOLOGIA. DIANTE DISSO, É PRECISO CONSIDERAR QUE A ESCOLA, COMO UMA INSTITUIÇÃO SOCIAL, TAMBÉM É UM ESPAÇO DE PRODUÇÃO DE UMA IDEOLOGIA, QUE MUITAS VEZES É DOMINANTE E REFORÇA A SUBMISSÃO E RESIGNAÇÃO DESSE POVO. ISSO ACONTECE ORA DE FORMA CLARA, ORA DE FORMA SUTIL. PODEMOS PERCEBER QUANDO, POR EXEMPLO, A PRINCÍPIO SE CONSTRÓI A IDEIA GERAL QUE ALUNO DE ESCOLA PÚBLICA NÃO QUER NADA COM A VIDA, NÃO PENSA EM SEU FUTURO E ISSO ACONTECE PORQUE ELE VEM DE UMA FAMÍLIA SUPOSTAMENTE DESESTRUTURADA, TERMO BASTANTE PRESENTE NA FALA DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO PÚBLICA, PARA JUSTIFICAR A NÃO APRENDIZAGEM DOS ALUNOS. ESSE MODO DE PERCEBER A REALIDADE, PRODUZIDO NO SENSO COMUM DO COTIDIANO ESCOLAR, VEM FORTALECER VISÕES NATURALIZANTES DA POBREZA E NOS IMPEDE DE FAZER ANÁLISES MAIS PROFUNDAS E CRÍTICAS DA REALIDADE DA ESCOLA E DA FAMÍLIA ENQUANTO INSTITUIÇÕES SOCIAIS INSERIDAS EM UMA REDE DE RELAÇÕES DE MAIOR COMPLEXIDADE.\r\n
      TRATAR DA INSERÇÃO DE ALUNOS NO SISTEMA ESCOLAR, NÃO ENVOLVE APENAS GARANTIR SUA MATRICULA E REDUZIR OS SUPOSTOS ÍNDICES DE EVASÃO ESCOLAR. PARA ALÉM DISSO, PRECISAMOS PERCEBER E ENTENDER O QUE FAZ COM QUE ESSE ALUNO QUEIRA ESTAR NA ESCOLA, QUEIRA APRENDER, COMO SE DÁ A RELAÇÃO DESTE COM A ESCOLA, COM O GRUPO GESTOR, COM OS PROFESSORES, QUAL O LUGAR DA FAMÍLIA NESSE CONTEXTO, DENTRE OUTRAS DIMENSÕES QUE NOS POSSIBILITEM COMPREENDER ESSE JOGO DE RELAÇÕES EM TODA SUA COMPLEXIDADE. \r\n
      AS DESIGUALDADES SOCIAIS E O CONTEXTO ONDE AS PESSOAS VIVEM IMPLICAM DIRETAMENTE NAS RELAÇÕES QUE SÃO ESTABELECIDAS, TENDO EM VISTA QUE ATRAVESSAM A VIDA DOS SUJEITOS, INFLUENCIANDO O SEU MEIO E SENDO INFLUENCIADA DIRETAMENTE POR ELE. COMO AFIRMA CARVALHO (2000):\r\n
      \r\n
      [...] AS DESIGUALDADES DE APRENDIZAGEM ESCOLAR, CULPANDO PERVERSAMENTE OS PAIS E MÃES PELO O FRACASSO ESCOLAR E, AO MESMO TEMPO, AO SOBREPOR O CURRÍCULO ESCOLAR ÀS PRÁTICAS EDUCATIVAS DOMÉSTICAS E AO PRIVILEGIAR UM ESTILO PARTICULAR DE EXERCÍCIO DA PATERNIDADE E MATERNIDADE, PODERÁ ENFRAQUECER A AUTONOMIA DA FAMÍLIA E A LIBERDADE DE PAIS E MÃES. PODERÁ AINDA, AMEAÇAR A PLURALIDADE CULTURAL AO IMPOR A UNIFORMIDADE CULTURAL PARA ALÉM DOS MUROS DA ESCOLA PÚBLICA, PENETRANDO NO REDUTO DA VIDA PRIVADA (P.150).\r\n
      \r\n
      ASSIM, VEMOS QUE O PROCESSO DE ENSINO, APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO VAI PARA ALÉM DA ESCOLA, E SE TRATA DE ALGO MÚTUO E DINÂMICO, ONDE PRECISAMOS CONSIDERAR AS CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS, HISTÓRICAS E CULTURAIS PRÓPRIOS DA CLASSE SOCIAL DA CRIANÇA E DA FAMÍLIA, LEVANDO-ME SEMPRE EM CONTA A QUESTÃO DE REPENSAR EM QUE MEDIDA SE DÁ O ACOMPANHAMENTO DESTA FAMÍLIA COM O ALUNO, POIS UMA VEZ QUE ESSA MESMA FALTA A UMA REUNIÃO OU NÃO COMPARECE A ESCOLA FREQUENTEMENTE, NÃO PODE SER REDUZIDO A SIMPLESMENTE UMA QUESTÃO DE NEGAÇÃO DE ACOMPANHAMENTO OU DESCOMPROMISSO DA FAMÍLIA PARA COM EDUCAÇÃO DE SUAS CRIANÇAS.\r\n
      “EU TRABALHO NA CASA DA DONA G NÃO DÁ TEMPO DEIXAR ELES, AS VEZES MINHA IRMÃ VAI AS VEZES É A VIZINHA, SAIO ÁS 5:00HS DA MANHÃ NÃO POSSO CHEGAR TARDE NO TRABALHO, PORQUE FAÇO O CAFÉ DOS PATRÕES NÃO DÁ TEMPO OLHAR AS TAREFAS DELES NÃO, ELES TEM É QUE FAZER NA ESCOLA (....)”(ORQUÍDEA, E1, P 05).\r\n
      \r\n
      ASSIM PODEMOS VER QUE DIANTE DE UMA VIDA MARCADA PELA POBREZA A FAMÍLIA NÃO TEM CONDIÇÕES OBJETIVAS PARA ENSINAR AS TAREFAS DE CASA, PARTICIPAR DE REUNIÕES, ACOMPANHAR A APRENDIZAGEM DE SEUS FILHOS MUITAS VEZES NÃO PODE NEM DEIXAR E BUSCAR NA ESCOLA. O COTIDIANO DA POBREZA NÃO PERMITE QUE A FAMÍLIA POBRE POSSA ESCOLHER PARTICIPAR DA VIDA ESCOLAR DE SEUS FILHOS, POIS EXISTEM OUTRAS NECESSIDADES, COMO POR EXEMPLO, AS RELATADAS POR DONA ORQUÍDEA: “SEMANA PASSADA CORTARAM MINHA ÁGUA EU TIVE QUE LAVAR SEIS REDES DAS VIZINHAS PARA PODER PAGAR AS CONTAS, NÃO É FÁCIL NÃO, CRIAR MENINO SEM TER DINHEIRO, EU ME VIRO DE TODO JEITO (...)”. (ORQUÍDEA, E1, P. 02)\r\n
      É POSTO COMO PARTE DO PAPEL DESSA FAMÍLIA NA SUA RELAÇÃO COM A ESCOLA, SUA PARTICIPAÇÃO QUE, POR SUA VEZ, PRECISA SER COMPREENDIDA EM TODA SUA AMPLITUDE, PARTICIPAR NÃO SÓ NO SENTIDO DE ESTAR PRESENTE NA ESCOLA, MAS TAMBÉM ACOMPANHAR TODO O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO COGNITIVO, PSICOLÓGICO E SOCIAL DA CRIANÇA COM UMA INTERAÇÃO CLARA E LEVE COM A ESCOLA, APOIANDO E PARTICIPANDO DAS DECISÕES DOS FILHOS.\r\n
      PARA ANTUNES (2008) A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO CONTEXTO EDUCACIONAL TEM SUA IMPORTÂNCIA, POREM NO DECORRER DESTE ESTUDO PRECISAMOS ANALISAR AS QUESTÕES PELAS AS QUAIS AS FAMÍLIAS VIVENCIAM E ENFRENTAM DIFICULDADES DE APROXIMAÇÃO OU ATÉ MESMO AUSÊNCIA DA VIDA ESCOLAR DE SEUS FILHOS. ALÉM DISSO, FAZ-SE IMPORTANTE TORNAR MAIS CLARO SOBRE COMO ESSA APROXIMAÇÃO, PRESENÇA OU AUSÊNCIA DEVE SER VISTA PELA ESCOLA E PELA FAMÍLIA. SERÁ A FAMÍLIA QUE ESTÁ AUSENTE DA ESCOLA OU A ESCOLA QUE ESTÁ AUSENTE DA VIDA FAMILIAR DE SEUS ALUNOS? \r\n
      \r\n
      “OBSERVEI QUE A ESCOLA NÃO TEM MOMENTOS MUITO ATRATIVOS PARA CONVIDAR ESSA FAMÍLIA A ESTAR MAIS PRESENTE COM SEUS FILHOS, A FAMÍLIA SÓ É CHAMADA A ESCOLA QUANDO É PARA RECEBER UMA RECLAMAÇÃO OU PARA “TRATAR DE ASSUNTOS DO INTERESSE DA ESCOLA, TALVEZ SEJA ESSE UM DOS MOTIVOS PELA A QUAL A FAMÍLIA SE AUSENTA. DURANTE A REUNIÃO NÃO VI NENHUM DOS PARTICIPANTES QUESTIONAREM OU PERGUNTAREM QUALQUER COISA, A DIRETORA FALAVA E ELES OUVIAM E AOS POUCOS IAM SE LEVANTANDO E INDO EMBORA”. (DC, 03.10.17, P. 04)\r\n
      \r\n
      DIANTE DESSA QUESTÃO, QUE É GERADORA DE MUITAS OUTRAS REFLEXÕES, FICA NOTÓRIO A NECESSIDADE DE IDENTIFICAR E DIFERENCIAR OS PAPEIS E OS DESAFIOS DE CADA LADO DA RELAÇÃO, COM FINALIDADE DE UMA EDUCAÇÃO QUE SEJA POSSÍVEL NA COLETIVIDADE. PODEMOS CONSIDERAR QUE ESSE TIPO DE PARTICIPAÇÃO PODE SER VISTO SOB A ÓTICA ASSISTENCIALISTA OU BANCÁRIO (FREIRE, 2002), EM QUE NÃO PERCEBEMOS A PARTICIPAÇÃO OU ENVOLVIMENTO DA FAMÍLIA DURANTE AS REUNIÕES. EXISTEM VÁRIOS TIPOS DE PARTICIPAÇÃO QUE PODE OU NÃO ESTÁ RELACIONADA AO UM PROTAGONISMO LIBERTADOR (SILVA, 2014), QUANDO EXISTE UMA RELAÇÃO DE TROCA DIALOGO E TRANSFORMAÇÃO MUTUA.\r\n
      \r\n
      “DURANTE A REUNIÃO A COORDENADORA FALOU SORE A QUESTÃO DA ROUPA, DA FESTA, DOS CONVIDADOS E DA DANÇA, DURANTE ESSE MOMENTO NENHUMA FAMÍLIA SE MANIFESTOU PARECENDO CONCORDAR COM O QUE A COORDENADORA FALAVA, MAS NO MOMENTO EM QUE ELA DISSE QUE OS MENINOS IRIAM DANÇAR COM AS MÃES  E AS MENINAS COM OS PAIS , HOUVE UM MOMENTO DE BARULHO E RECLAMAÇÕES DAS FAMÍLIAS COM AS SEGUINTES FRASES: “MINHA FILHA NÃO TEM PAI”, MEU FILHO NÃO TEM PAI, MINHA FILHA SÓ TEM AVO, MINHA FILHA NÃO TEM MÃE ENTÃO ELA NEM VEM?`` A COORDENADORA FICOU TENTANDO EXPLICAR DE OUTRA FORMA.” (DC, 03.10.17, P.04)\r\n
      \r\n
      NO TRECHO ACIMA PODEMOS IDENTIFICAR PELO MENOS DEPOIS MODOS DIFERENTES DE PARTICIPAÇÃO, UM EM QUE A FAMÍLIA SÓ OBSERVA SEM SE ENVOLVER E OUTRA EM QUE A FAMÍLIA VIRA PROTAGONISTA DA REUNIÃO. DESSE MODO É POSSÍVEL CONSTATAR QUE A ESCOLA IMPÕE UM MODELO DE PARTICIPAÇÃO PARA A FAMÍLIA, QUE MUITAS VEZES NÃO FAVORECE O PROTAGONISMO DESSA FAMÍLIA. SEGUNDO. NÓVOA (1992), É NECESSÁRIA A PRESENÇA DOS PAIS PARA MOTIVAÇÃO INDIVIDUAL DOS FILHOS E ESTIMULAÇÃO DA APRENDIZAGEM, PARTICIPANDO CONJUNTAMENTE COM OS PROFISSIONAIS DE ENSINO, E ASSIM ESTIMULANDO A CRIANÇA A DEDICAR-SE AS TAREFAS ESCOLARES. POR OUTRO LADO, ESTE AUTOR FALA DO OBJETIVO EM COMUM, ENTRE FAMILIAR E ESCOLA:\r\n
      [...] TANTO A FAMÍLIA QUANTO A ESCOLA DESEJAM A MESMA COISA: PREPARAR AS CRIANÇAS PARA O MUNDO; NO ENTANTO, A FAMÍLIA TEM SUAS PARTICULARIDADES QUE A DIFERENCIAM DA ESCOLA, E SUAS NECESSIDADES QUE A APROXIMAM DESSA MESMA INSTITUIÇÃO. A ESCOLA TEM SUA METODOLOGIA E FILOSOFIA PARA EDUCAR UMA CRIANÇA, NO ENTANTO ELA NECESSITA DA FAMÍLIA PARA CONCRETIZAR O SEU PROJETO EDUCATIVO. (PAROLIM, 2003, P. 99).\r\n
      \r\n
      PARA O AUTOR ESSE CENÁRIO JUSTIFICA A NECESSIDADE DE AMPLIAR A LEITURA ACERCA DESSE OBJETO DE ESTUDO FAMÍLIA-ESCOLA E TRAZER À TONA AS VARIÁVEIS PRESENTES NESSA COMPLEXIDADE, DE MODO MAIS COMPROMETIDO COM A REALIDADE SOCIAL DESSAS FAMÍLIAS. PAUTANDO-SE NISSO, BUSCAREMOS CRIAR CONDIÇÕES PARA DAR VOZ DESSAS FAMÍLIAS POBRES, SEUS MODOS DE PENSAR, DE AGIR, DE VIVER, COM O FOCO DE TORNAR VISÍVEL SUAS PERCEPÇÕES ACERCA DA APRENDIZAGEM ESCOLAR DE SUAS CRIANÇAS. \r\n
      DIANTE DISSO, TEMOS A ESCOLA PÚBLICA JUNTO COM A FAMÍLIA, QUE DE CERTA FORMA ACABA CONSTRUINDO UMA RELAÇÃO ONDE NÃO SE ENCONTRA OS RESPONSÁVEIS PELO ENSINO E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA, A ESCOLA PROCURA A FAMÍLIA POR NÃO DAR CONTA DO PROCESSO SOZINHA, E A FAMÍLIA MUITA DAS VEZES NÃO SABE COMO LIDAR COM A PRÓPRIA REALIDADE E COM A EDUCAÇÃO DE SEUS FILHOS, O QUE AS LEVAM A BUSCAR APOIO E SEGURANÇA NA PRÓPRIA ESCOLA. E NESSE CENÁRIO, A ESCOLA AFASTADA DA REALIDADE DA FAMÍLIA, POUCA ASSUME UMA POSTURA DE ACOLHER E COMPREENDER, DE MODO GERAL DE COLOCA PARA JULGAR E EXIGIR QUE ESSA FAMÍLIA ASSUME SEU LUGAR PARA GARANTIR A APRENDIZAGEM E O RENDIMENTO ESCOLAR DA CRIANÇA.\r\n
      \r\n
      CONSIDERAÇÕES FINAIS\r\n
      \r\n
      A ESCOLHA POR ESSA TEMÁTICA PERMITIU UM MAIOR ENVOLVIMENTO COM A REALIDADE DA ESCOLA PÚBLICA E COM O MODO DE VIDA DAS FAMÍLIAS. ISSO POSSIBILITOU DESCONTRUIR PRÉ-CONCEITOS, VISÕES ENVIESADAS E IDEIAS ILUSÓRIAS QUE MARCAM ESSA RELAÇÃO, NUMA PERSPECTIVA PESSOAL, HISTÓRICA E SOCIAL. ISSO PORQUE FOI POSSÍVEL COMPREENDER OS PRINCIPAIS FATORES QUE A FAMÍLIA POBRE SOFRE, AS IMPOSSIBILITANDO DE ACOMPANHAR SEUS FILHOS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR, E TENTAR FAZER COM QUE A ESCOLA TENHA UM OLHAR MAIS CUIDADOSO PARA ESSAS FAMÍLIAS, QUE A PARTIR DE UMA VISÃO DISTANCIADA, PRECONCEITUOSA E SUPERFICIAL.\r\n
      ALCANÇAMOS OS OBJETIVOS PROPOSTOS NESSE ESTUDO, À MEDIDA QUE FOI POSSÍVEL CONHECER O MODO DE VIDA DESSA FAMÍLIA POBRE E O QUANTO ELAS VIVENCIAM UMA VIDA DE MISÉRIA E DIFICULDADES SOCIOECONÔMICAS. RELACIONAMOS OS SENTIDOS CONSTRUÍDOS PELA FAMÍLIA E SEU MODO DE VIDA EM CONDIÇÕES DE POBREZA, DE MODO A COMPREENDER O QUANTO ESSA POBREZA PODE AFETAR PSICOLOGICAMENTE AS FAMÍLIAS, E OS REFLEXOS DISSO PARA A RELAÇÃO COM A ESCOLA. DENTRE ESTES, ESTÃO AS DIFICULDADES PARA UMA RELAÇÃO POSITIVA E AFETIVA COM A ESCOLA, POIS OS REFLEXOS DESSA POBREZA É INVISIBILIZADA. \r\n
      \r\n
      REFERÊNCIAS \r\n
      \r\n
      ANTUNES, M. A. M. PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL: HISTÓRIA, COMPROMISSO E PERSPECTIVAS. REVISTA SEMESTRAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL (ABRAPEE), VOLUME 12, NÚMERO 2, JULHO/DEZEMBRO DE 2008.\r\n
      \r\n
      BARDIN, L. ANÁLISE DE CONTEÚDO. TRADUÇÃO LUIS ANTERO RETO E AUGUSTO PINHEIRO.\r\n
      LISBOA, 1977.\r\n
      \r\n
      CARVALHO, M. E. P. RELAÇÕES ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA E SUAS IMPLICAÇÕES DE GÊNERO. CADERNO DE PESQUISA. N. 110, JULHO, P.143 -155, 2000.\r\n
      \r\n
      CASTILHO, SÉRGIO R. R. CULTURA E POBREZA A PARTIR DE OSCAR LEWIS: NOTAS PARA UMA ANTROPOLOGIA URBANA DOS POBRES NO BRASIL. DISPONÍVEL EM: HTTP://WWW.REVISTADIALOGOS.COM.BR/DIALOGOS_16/DIAL_16_SERGIO_RRJ.PDF ACESSO EM: 05 DE JUNHO DE 2021.\r\n
      \r\n
      CIDADE, E.C.; MOURA JÚNIOR, J.F.; XIMENES, V. M. IMPLICAÇÕES PSICOLÓGICAS DA VIDA EM CONDIÇÕES DE POBREZA PARA O POVO LATINO-AMERICANO. PSICOLOGIA ARGUMENTO, CURITIBA, 30(68), 2012. DISPONÍVEL EM: HTTP://WWW2.PUCPR.BR/REOL/PB/INDEX.PHP/PA?DD1=5886&DD99=VIEW&DD98=PB ACESSO EM: 19 DE JULHO DE 2021.\r\n
      \r\n
      FREIRE, P. PEDAGOGIA DA ESPERANÇA: UM REENCONTRO COM A PEDAGOGIA DO OPRIMIDO. RIO DE JANEIRO: PAZ E TERRA, 1992. NOTAS: ANA MARIA ARAÚJO FREIRE.\r\n
      \r\n
      FREIRE, P.  PEDAGOGIA DA AUTONOMIA: SABERES NECESSÁRIOS À PRÁTICA EDUCATIVA. SÃO PAULO: PAZ E TERRA, 2002.\r\n
      \r\n
      MANZINI, E. J. A ENTREVISTA NA PESQUISA SOCIAL. DIDÁTICA, SÃO PAULO, V. 26/27, P. 149-158, 1991.\r\n
      \r\n
      MINAYO, M. C. DE S. (ORG.). PESQUISA SOCIAL. TEORIA, MÉTODO E CRIATIVIDADE. 18 ED. PETRÓPOLIS: VOZES, 2001.\r\n
      \r\n
      NÓVOA, A. PARA UMA ANÁLISE DAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES. AS ORGANIZAÇÕES ESCOLARES EM ANÁLISE. V. 3, P. 13-43, 1992.\r\n
      \r\n
      PAROLIM, I. AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E AS RELAÇÕES FAMILIARES. FORTALEZA, 2003.\r\n
      \r\n
      ROSA, M. V. F. P. C; ARNOLDI, M. A. G. C. A ENTREVISTA NA PESQUISA QUALITATIVA: MECANISMOS PARA A VALIDAÇÃO DOS RESULTADOS. BELO HORIZONTE: AUTÊNTICA EDITORA, 2006. P 112.\r\n
      \r\n
      SEN, A. DESENVOLVIMENTO COMO LIBERDADE. SÃO PAULO, SP: COMPANHIA DAS LETRAS, 2000.\r\n
      \r\n
      SILVA, A. M. S. ANÁLISE DAS IMPLICAÇÕES PSICOSSOCIAIS DO PROTAGONISMO PARA OS JOVENS EM SITUAÇÃO DE POBREZA. DISSERTAÇÃO DE MESTRADO, PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ-UFC, 2014.\r\n
      \r\n
      LANE, S. T. M. O QUE É PSICOLOGIA SOCIAL. SÃO. PAULO: BRASILIENSE, 2006. (COLEÇÃO PRIMEIROS PASSOS; 39). 6A REIMPR. DA 22A. ED. DE 1994.
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      RESUMO\r\n
      \r\n
      O OBJETIVO DESTE TRABALHO É REFLETIR SOBRE A RELAÇÃO ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA, CONSIDERANDO AS DIVERSIDADES QUE ATRAVESSAM O CONTEXTO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA.  A TRILHA METODOLÓGICA DESTE ESTUDO FOI DE CUNHO QUALITATIVO, ONDE FORAM REALIZADAS DUAS ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS. DURANTE O PROCESSO DE INSERÇÃO NA ESCOLA, ALGUMAS OBSERVAÇÕES FORAM REALIZADAS E REGISTRADAS EM DIÁRIOS DE CAMPO, PARA POSTERIORES ANALISES. PARA TANTO, TOMAMOS COMO BASE A ANÁLISE DE CONTEÚDO, COM AUXÍLIO DO SOFTWARE ATLAS T.I 2.6. AS CATEGORIAS CENTRAIS NESSE ESTUDO FORAM: ESCOLA PÚBLICA E FAMÍLIA. OS RESULTADOS APONTARAM PARA UM DISTANCIAMENTO ENTRE A ESCOLA E O MODO DE VIDA DA FAMÍLIA ATENDIDA, O QUE VISIVELMENTE, GERA IMPLICAÇÕES NA MANEIRA COMO SE COMPREENDE A PARTICIPAÇÃO E O COMPROMISSO DESSAS FAMÍLIAS PARA COM A ESCOLARIZAÇÃO DE SEUS FILHOS.\r\n
      \r\n
      PALAVRAS-CHAVE: ESCOLA PÚBLICA, FAMÍLIA, POBREZA.\r\n
      \r\n
      INTRODUÇÃO\r\n
      \r\n
      AO ABORDAR A RELAÇÃO ESCOLA E FAMÍLIA, BUSCAREMOS TORNAR MAIS VISÍVEL O ENSINO PÚBLICO E SUA RELAÇÃO COM ESSE MODO DE EDUCAR E CONCEBER A APRENDIZAGEM. TRATA-SE DE UMA ESCOLHA ÉTICA E POLÍTICA, PRESENTE NO CAMPO DA PSICOLOGIA QUE NOS LEVA A RECONHECER O NOSSO COMPROMISSO SOCIAL COM O QUE É VOLTADO PARA A GARANTIA DOS DIREITOS DAS PESSOAS MAIS POBRES. PAUTANDO-NOS NISSO, NOSSO FOCO SERÃO AS FAMÍLIAS USUÁRIAS DO ENSINO PÚBLICO, QUE EM SUA MAIORIA, VIVEM EM CONDIÇÕES DE POBREZA. DESSA FORMA, NOSSO INTUITO SERÁ COMPREENDER COMO VIVE A FAMÍLIA POBRE E COMO SE DÁ SUA RELAÇÃO COM A ESCOLA.\r\n
      FARIAS FILHO (2000) AFIRMA QUE A TRADIÇÃO DE ESCOLARIZAÇÃO DAS FAMÍLIAS, CLASSE E AS CONDIÇÕES SOCIAIS DA FAMÍLIA, O CONTEXTO URBANO OU RURAL, A QUANTIDADE DE FILHOS, SE OS RESPONSÁVEIS TRABALHAM OU NÃO E COM QUE TRABALHAM, SÃO ALGUNS DOS FATORES QUE PODEM GERAR IMPACTOS POSITIVOS E, OU NEGATIVOS PARA ESSA RELAÇÃO.\r\n
      A IMPORTÂNCIA DESSA QUESTÃO TEM COMO RAIZ A CONSTATAÇÃO DE QUE, DE ALGUM MODO, SEJA DIRETO OU INDIRETO, A ESCOLA SE FAZ PRESENTE NO COTIDIANO DA FAMÍLIA. PARA LANE (1985) A ESCOLA É O SEGUNDO MEIO DE SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA, CONSTITUINDO-SE COMO UM ESPAÇO DE RELAÇÕES INTERPESSOAIS E DE APRENDIZAGEM, QUE CONTRIBUI PARA O DESENVOLVIMENTO E A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DE SUA IDENTIDADE. FRENTE AO EXPOSTO, TEMOS COMO OBJETIVO GERAL REFLETIR SOBRE A RELAÇÃO ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA, CONSIDERANDO AS DIVERSIDADES QUE ATRAVESSAM O CONTEXTO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA.\r\n
      \r\n
      METODOLOGIA\r\n
      \r\n
      A TRILHA METODOLÓGICA SE CONSTITUIRÁ NA DETERMINAÇÃO DAS FORMAS E PROCESSOS QUE SERÃO UTILIZADOS NO DECORRER DA PESQUISA, ASSIM COMO OS MEIOS, TÉCNICAS E POSTURA DO PESQUISADOR. ENTÃO, PARA ISSO FOI FUNDAMENTAL A INSERÇÃO NO AMBIENTE DIRETO DA FAMÍLIA, RECONHECENDO A IMPORTÂNCIA DO OLHAR NO PESQUISADOR, QUE DEVE SER DESCRITIVO E ANALÍTICO, DISPENSANDO QUALQUER IDEIA DE NEUTRALIDADE NO PROCESSO DA PESQUISA. DE ACORDO COM MINAYO (2001), A PESQUISA QUALITATIVA SE VOLTA PARA QUESTÕES SUBJETIVAS E REAIS, BUSCANDO COMPREENDER OS SIGNIFICADOS, CRENÇAS, VALORES. DESSA FORMA ENTENDE-SE QUE ESTA ABORDAGEM PERMITIRÁ INTERPRETAR OS FENÔMENOS RELACIONADOS À ANÁLISES DOS SENTIDOS CONSTRUÍDOS PELAS FAMÍLIAS ACERCA DE SUA RELAÇÃO COM A ESCOLA, NO CONTEXTO DO ENSINO PÚBLICO E POSSIVELMENTE ATRIBUIR SIGNIFICADOS, QUE TERÃO FOCOS PRINCIPAIS NA SUBJETIVIDADE DOS MESMOS. \r\n
      PARA COLETAR DOS DADOS FORAM REALIZADAS ENTREVISTAS, NA CASA DAS FAMÍLIAS, QUE OCORREU COM O ACOMPANHAMENTO DO GRUPO ESCOLAR. A ENTREVISTA É UM DOS MEIOS DE COLETA DE DADOS, SENDO REALIZADA DE UMA FORMA PRÉVIA, BUSCANDO ALCANÇAR OS CONTEÚDOS E QUESTÕES A SEREM ESTUDADAS, DA MANEIRA MAIS COMPLETA POSSÍVEL (MANZINI, 1991; ROSA; ARNOLDI, 2006). A ENTREVISTA FOI REALIZADA COM DUAS REPRESENTANTES DE CADA FAMÍLIA, QUE FORAM ESCOLHIDAS JUNTO COM A COORDENAÇÃO DA ESCOLA, A PARTIR DO CRITÉRIO DE PARTICIPAÇÃO, OU SEJA, FOI DEFINIDA UMA FAMÍLIA QUE PARTICIPA COM FREQUÊNCIA DA ESCOLA E OUTRA QUE A ESCOLA NÃO CONSIDERA PARTICIPATIVA. A ANÁLISE DO MATERIAL PRODUZIDO SE DARÁ ATRAVÉS DA ANÁLISE DE CONTEÚDO, DE BARDIN (1977). AS CATEGORIAS CENTRAIS NESSE ESTUDO FORAM: ESCOLA PÚBLICA E FAMÍLIA. \r\n
      \r\n
      RESULTADOS E DISCUSSÕES\r\n
      \r\n
      NA REDE DE ENSINO PÚBLICO A REALIDADE VIVIDA PELAS FAMÍLIAS É PRECÁRIA, POIS LIDAMOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES QUE VIVEM À MARGEM DA SOCIEDADE, EM CONTEXTO DA EXCLUSÃO SOCIAL, E QUE NECESSITAM CADA VEZ MAIS DE UMA ASSISTÊNCIA NO DIA-A-DIA. AO CONSIDERAR ISSO, FAZ-SE PRECISO AMPLIAR A IDEIA DE PARTICIPAÇÃO E NÃO SIMPLESMENTE JULGAR OU ACUSAR ESSA FAMÍLIA POR SUA AUSÊNCIA. NOTAMOS ISSO NA SEGUINTE FALA: “QUANDO TEM REUNIÃO NEM VOU, PORQUE SE EU FALTAR O TRABALHO, NEM EU ALMOÇO, NEM TRAGO PRA ELES, NÉ FÁCIL NÃO MINHA FIA, NÃO TENHO TEMPO DE ESTAR EM REUNIÃO DE ESCOLA, PRECISO ACORDAR MUITO CEDO E IR PRA LUTA” (ORQUÍDEA, E1, P. 02). ESSE MODO DE VIVER É ATRAVESSADO POR CONDIÇÕES DE EXTREMA DESIGUALDADES SOCIAIS QUE GERAM PROCESSOS DE MARGINALIZAÇÃO E DE SOFRIMENTO PSICOSSOCIAL QUE SE AGRAVA PELA FALTA DE CONSCIÊNCIA DESSES SUJEITOS SOBRE VARIÁVEIS QUE CONTRIBUEM COM O SOFRIMENTO ADVINDO DA REALIDADE DE POBREZA, CARACTERÍSTICO DA NOSSA MAIORIA POPULAR LATINO-AMERICANA. \r\n
      COMO CENÁRIO DE COMPREENSÃO MULTIDIMENSIONAL DA POBREZA (SEN, 2000), PERCEBE-SE QUE A AMÉRICA LATINA SE SITUA COMO UMA REALIDADE EM QUE A POBREZA É EVIDENCIADA EM SUAS RAMIFICAÇÕES SOCIAIS, POLÍTICAS, ESTRUTURAIS E IDEOLÓGICAS. SIGNIFICA DIZER QUE A POBREZA ESTÁ EXPRESSA EM DIVERSOS ÂMBITOS, SEJA NA INSUFICIÊNCIA DE RENDA DE UMA SIGNIFICATIVA PARCELA DA POPULAÇÃO LATINOAMERICANA; NOS GOVERNOS GERALMENTE CENTRALIZADORES DE RIQUEZA; NAS CREN- ÇAS QUE VISUALIZAM A POBREZA COMO INDIGNA, RUIM E PERIGOSA; OU NA ORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA QUE ANULA AS POSSIBILIDADES DE MUDANÇA DAS TRAJETÓRIAS DOS INDIVÍDUOS POBRES (CIDADE, MOURA JR; XIMENES, 2012, P. 89)\r\n
      ASSIM, FICA CLARO COMO A POBREZA TEM IMPLICAÇÕES PARA O PSIQUISMO DAS PESSOAS, A IDEOLOGIA DE SUBMISSÃO E RESIGNAÇÃO, VAI CONTRIBUINDO PARA CONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE DO OPRIMIDO E EXPLORADO E ESTIMULANDO UMA CULTURA DO SILÊNCIO, ONDE OS INDIVÍDUOS CHEGAM A PENSAR QUE POR SEREM POBRES SÃO INCAPAZES OU TEM MEDO DE LUTAR POR SEUS IDEAIS (LEWIS, 1959: 15). ESSAS CATEGORIAS PSICOLÓGICAS ESTÃO PRESENTES NAS PESSOAS QUE VIVEM EM CONDIÇÕES DE POBREZA FAZEM PARTE DO QUE MARTÍN-BARÓ (1990) CHAMA DE CULTURA DA POBREZA, QUE TRATA DE UM MODO DE VER E VIVER ESPECIFICO, ONDE CADA SUJEITO POBRE CHEGA A ACREDITAR QUE NÃO VAI CONSEGUIR VENCER NA VIDA, POR SE CONSIDERAREM UM FRACASSADO, POSTO PELO SISTEMA CAPITALISTA QUE INDIVIDUALIZA OS COMPORTAMENTOS, SENTIMENTOS, CONQUISTAS E DERROTAS. O CAPITALISMO TEM IMPLICAÇÕES PARA A SUBJETIVIDADE DAS PESSOAS POBRES E CONTRIBUI COM PROCESSOS DE OPRESSÃO COTIDIANA. EM OUTRAS PALAVRAS, A POBREZA ESTÁ PRESENTE NO DIA-A-DIA DAS PESSOAS, IMPONDO MODOS DE VIDA DESIGUAIS, REFORÇANDO A COMPETIÇÃO E AS DISPARIDADES E INJUSTIÇAS PROVENIENTES DO SISTEMA CAPITALISTA (CIDADE, MOURA JR; XIMENES, 2012). \r\n
      SEGUNDO PAULO FREIRE (1992) TODO SUJEITO EXCLUÍDO DA SOCIEDADE É OPRIMIDO PELAS CIRCUNSTÂNCIAS E CONDIÇÕES MATERIAIS DE VIDA, DE MISÉRIA, DE IGNORÂNCIA, DE ABANDONO. ASSIM, TODOS OS INDIVÍDUOS PRESOS À COMPREENSÃO SIMPLISTA E INDIVIDUALISTA DO SOCIAL, VÊ O OPRIMIDO COMO AQUELE QUE NÃO TEM A CAPACIDADES, O QUE FAZ COM QUE O PRÓPRIO OPRIMIDO SE RECONHEÇA COMO TAL, POIS O VÉU DA ALIENAÇÃO OBSCURECE SEU MODO DE VER A REALIDADE E CONSEQUENTEMENTE SEU MODO DE VIVER A VIDA. A VIVÊNCIA DA POBREZA PODE GERAR SENTIMENTOS DE EXCLUSÃO SOCIAL E OPRESSÃO, DE MANEIRA OBJETIVA E SUBJETIVA, QUE SE MANIFESTA NO MODO DE VIDA DO SUJEITO POBRE:\r\n
      \r\n
      “(...) PRECISO TRABALHAR PARA DAR COMIDA A ELES, POIS SOU SOZINHA CHEGO SETE HORAS DA NOITE DA NOITE E AINDA VOU LAVAR ROUPA NO CHÃO DO QUINTAL, MINHA PIA TÁ QUEBRADA, VIU? AH, VOCÊ NÃO SABE FIA, EU TRABALHO MUITO, A ESCOLA TEM QUE ENSINAR A ELES E EU TENHO QUE BOTAR COMIDA EM CASA.” (ORQUÍDEA, E1, P. 3)\r\n
      \r\n
      ASSIM, FICA CLARO O QUANTO O MODO DE VIDA DA FAMÍLIA POBRE REPERCUTE NA ESCOLARIZAÇÃO DA CRIANÇA, POIS SE A MÃE TEM QUE TRABALHAR PARA ALIMENTÁ-LA, ACABA NÃO TENDO A OPÇÃO DE SE FAZER PRESENTE NA ESCOLA, PELAS EXIGÊNCIAS DE SEU COTIDIANO OPRESSOR. DE ACORDO COM CIDADE, MOURA JUNIOR, XIMENES (2012), A REALIDADE DE POBREZA NÃO ESTÁ APARTADA DA CONSTRUÇÃO DE UMA IDEOLOGIA. DIANTE DISSO, É PRECISO CONSIDERAR QUE A ESCOLA, COMO UMA INSTITUIÇÃO SOCIAL, TAMBÉM É UM ESPAÇO DE PRODUÇÃO DE UMA IDEOLOGIA, QUE MUITAS VEZES É DOMINANTE E REFORÇA A SUBMISSÃO E RESIGNAÇÃO DESSE POVO. ISSO ACONTECE ORA DE FORMA CLARA, ORA DE FORMA SUTIL. PODEMOS PERCEBER QUANDO, POR EXEMPLO, A PRINCÍPIO SE CONSTRÓI A IDEIA GERAL QUE ALUNO DE ESCOLA PÚBLICA NÃO QUER NADA COM A VIDA, NÃO PENSA EM SEU FUTURO E ISSO ACONTECE PORQUE ELE VEM DE UMA FAMÍLIA SUPOSTAMENTE DESESTRUTURADA, TERMO BASTANTE PRESENTE NA FALA DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO PÚBLICA, PARA JUSTIFICAR A NÃO APRENDIZAGEM DOS ALUNOS. ESSE MODO DE PERCEBER A REALIDADE, PRODUZIDO NO SENSO COMUM DO COTIDIANO ESCOLAR, VEM FORTALECER VISÕES NATURALIZANTES DA POBREZA E NOS IMPEDE DE FAZER ANÁLISES MAIS PROFUNDAS E CRÍTICAS DA REALIDADE DA ESCOLA E DA FAMÍLIA ENQUANTO INSTITUIÇÕES SOCIAIS INSERIDAS EM UMA REDE DE RELAÇÕES DE MAIOR COMPLEXIDADE.\r\n
      TRATAR DA INSERÇÃO DE ALUNOS NO SISTEMA ESCOLAR, NÃO ENVOLVE APENAS GARANTIR SUA MATRICULA E REDUZIR OS SUPOSTOS ÍNDICES DE EVASÃO ESCOLAR. PARA ALÉM DISSO, PRECISAMOS PERCEBER E ENTENDER O QUE FAZ COM QUE ESSE ALUNO QUEIRA ESTAR NA ESCOLA, QUEIRA APRENDER, COMO SE DÁ A RELAÇÃO DESTE COM A ESCOLA, COM O GRUPO GESTOR, COM OS PROFESSORES, QUAL O LUGAR DA FAMÍLIA NESSE CONTEXTO, DENTRE OUTRAS DIMENSÕES QUE NOS POSSIBILITEM COMPREENDER ESSE JOGO DE RELAÇÕES EM TODA SUA COMPLEXIDADE. \r\n
      AS DESIGUALDADES SOCIAIS E O CONTEXTO ONDE AS PESSOAS VIVEM IMPLICAM DIRETAMENTE NAS RELAÇÕES QUE SÃO ESTABELECIDAS, TENDO EM VISTA QUE ATRAVESSAM A VIDA DOS SUJEITOS, INFLUENCIANDO O SEU MEIO E SENDO INFLUENCIADA DIRETAMENTE POR ELE. COMO AFIRMA CARVALHO (2000):\r\n
      \r\n
      [...] AS DESIGUALDADES DE APRENDIZAGEM ESCOLAR, CULPANDO PERVERSAMENTE OS PAIS E MÃES PELO O FRACASSO ESCOLAR E, AO MESMO TEMPO, AO SOBREPOR O CURRÍCULO ESCOLAR ÀS PRÁTICAS EDUCATIVAS DOMÉSTICAS E AO PRIVILEGIAR UM ESTILO PARTICULAR DE EXERCÍCIO DA PATERNIDADE E MATERNIDADE, PODERÁ ENFRAQUECER A AUTONOMIA DA FAMÍLIA E A LIBERDADE DE PAIS E MÃES. PODERÁ AINDA, AMEAÇAR A PLURALIDADE CULTURAL AO IMPOR A UNIFORMIDADE CULTURAL PARA ALÉM DOS MUROS DA ESCOLA PÚBLICA, PENETRANDO NO REDUTO DA VIDA PRIVADA (P.150).\r\n
      \r\n
      ASSIM, VEMOS QUE O PROCESSO DE ENSINO, APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO VAI PARA ALÉM DA ESCOLA, E SE TRATA DE ALGO MÚTUO E DINÂMICO, ONDE PRECISAMOS CONSIDERAR AS CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS, HISTÓRICAS E CULTURAIS PRÓPRIOS DA CLASSE SOCIAL DA CRIANÇA E DA FAMÍLIA, LEVANDO-ME SEMPRE EM CONTA A QUESTÃO DE REPENSAR EM QUE MEDIDA SE DÁ O ACOMPANHAMENTO DESTA FAMÍLIA COM O ALUNO, POIS UMA VEZ QUE ESSA MESMA FALTA A UMA REUNIÃO OU NÃO COMPARECE A ESCOLA FREQUENTEMENTE, NÃO PODE SER REDUZIDO A SIMPLESMENTE UMA QUESTÃO DE NEGAÇÃO DE ACOMPANHAMENTO OU DESCOMPROMISSO DA FAMÍLIA PARA COM EDUCAÇÃO DE SUAS CRIANÇAS.\r\n
      “EU TRABALHO NA CASA DA DONA G NÃO DÁ TEMPO DEIXAR ELES, AS VEZES MINHA IRMÃ VAI AS VEZES É A VIZINHA, SAIO ÁS 5:00HS DA MANHÃ NÃO POSSO CHEGAR TARDE NO TRABALHO, PORQUE FAÇO O CAFÉ DOS PATRÕES NÃO DÁ TEMPO OLHAR AS TAREFAS DELES NÃO, ELES TEM É QUE FAZER NA ESCOLA (....)”(ORQUÍDEA, E1, P 05).\r\n
      \r\n
      ASSIM PODEMOS VER QUE DIANTE DE UMA VIDA MARCADA PELA POBREZA A FAMÍLIA NÃO TEM CONDIÇÕES OBJETIVAS PARA ENSINAR AS TAREFAS DE CASA, PARTICIPAR DE REUNIÕES, ACOMPANHAR A APRENDIZAGEM DE SEUS FILHOS MUITAS VEZES NÃO PODE NEM DEIXAR E BUSCAR NA ESCOLA. O COTIDIANO DA POBREZA NÃO PERMITE QUE A FAMÍLIA POBRE POSSA ESCOLHER PARTICIPAR DA VIDA ESCOLAR DE SEUS FILHOS, POIS EXISTEM OUTRAS NECESSIDADES, COMO POR EXEMPLO, AS RELATADAS POR DONA ORQUÍDEA: “SEMANA PASSADA CORTARAM MINHA ÁGUA EU TIVE QUE LAVAR SEIS REDES DAS VIZINHAS PARA PODER PAGAR AS CONTAS, NÃO É FÁCIL NÃO, CRIAR MENINO SEM TER DINHEIRO, EU ME VIRO DE TODO JEITO (...)”. (ORQUÍDEA, E1, P. 02)\r\n
      É POSTO COMO PARTE DO PAPEL DESSA FAMÍLIA NA SUA RELAÇÃO COM A ESCOLA, SUA PARTICIPAÇÃO QUE, POR SUA VEZ, PRECISA SER COMPREENDIDA EM TODA SUA AMPLITUDE, PARTICIPAR NÃO SÓ NO SENTIDO DE ESTAR PRESENTE NA ESCOLA, MAS TAMBÉM ACOMPANHAR TODO O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO COGNITIVO, PSICOLÓGICO E SOCIAL DA CRIANÇA COM UMA INTERAÇÃO CLARA E LEVE COM A ESCOLA, APOIANDO E PARTICIPANDO DAS DECISÕES DOS FILHOS.\r\n
      PARA ANTUNES (2008) A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO CONTEXTO EDUCACIONAL TEM SUA IMPORTÂNCIA, POREM NO DECORRER DESTE ESTUDO PRECISAMOS ANALISAR AS QUESTÕES PELAS AS QUAIS AS FAMÍLIAS VIVENCIAM E ENFRENTAM DIFICULDADES DE APROXIMAÇÃO OU ATÉ MESMO AUSÊNCIA DA VIDA ESCOLAR DE SEUS FILHOS. ALÉM DISSO, FAZ-SE IMPORTANTE TORNAR MAIS CLARO SOBRE COMO ESSA APROXIMAÇÃO, PRESENÇA OU AUSÊNCIA DEVE SER VISTA PELA ESCOLA E PELA FAMÍLIA. SERÁ A FAMÍLIA QUE ESTÁ AUSENTE DA ESCOLA OU A ESCOLA QUE ESTÁ AUSENTE DA VIDA FAMILIAR DE SEUS ALUNOS? \r\n
      \r\n
      “OBSERVEI QUE A ESCOLA NÃO TEM MOMENTOS MUITO ATRATIVOS PARA CONVIDAR ESSA FAMÍLIA A ESTAR MAIS PRESENTE COM SEUS FILHOS, A FAMÍLIA SÓ É CHAMADA A ESCOLA QUANDO É PARA RECEBER UMA RECLAMAÇÃO OU PARA “TRATAR DE ASSUNTOS DO INTERESSE DA ESCOLA, TALVEZ SEJA ESSE UM DOS MOTIVOS PELA A QUAL A FAMÍLIA SE AUSENTA. DURANTE A REUNIÃO NÃO VI NENHUM DOS PARTICIPANTES QUESTIONAREM OU PERGUNTAREM QUALQUER COISA, A DIRETORA FALAVA E ELES OUVIAM E AOS POUCOS IAM SE LEVANTANDO E INDO EMBORA”. (DC, 03.10.17, P. 04)\r\n
      \r\n
      DIANTE DESSA QUESTÃO, QUE É GERADORA DE MUITAS OUTRAS REFLEXÕES, FICA NOTÓRIO A NECESSIDADE DE IDENTIFICAR E DIFERENCIAR OS PAPEIS E OS DESAFIOS DE CADA LADO DA RELAÇÃO, COM FINALIDADE DE UMA EDUCAÇÃO QUE SEJA POSSÍVEL NA COLETIVIDADE. PODEMOS CONSIDERAR QUE ESSE TIPO DE PARTICIPAÇÃO PODE SER VISTO SOB A ÓTICA ASSISTENCIALISTA OU BANCÁRIO (FREIRE, 2002), EM QUE NÃO PERCEBEMOS A PARTICIPAÇÃO OU ENVOLVIMENTO DA FAMÍLIA DURANTE AS REUNIÕES. EXISTEM VÁRIOS TIPOS DE PARTICIPAÇÃO QUE PODE OU NÃO ESTÁ RELACIONADA AO UM PROTAGONISMO LIBERTADOR (SILVA, 2014), QUANDO EXISTE UMA RELAÇÃO DE TROCA DIALOGO E TRANSFORMAÇÃO MUTUA.\r\n
      \r\n
      “DURANTE A REUNIÃO A COORDENADORA FALOU SORE A QUESTÃO DA ROUPA, DA FESTA, DOS CONVIDADOS E DA DANÇA, DURANTE ESSE MOMENTO NENHUMA FAMÍLIA SE MANIFESTOU PARECENDO CONCORDAR COM O QUE A COORDENADORA FALAVA, MAS NO MOMENTO EM QUE ELA DISSE QUE OS MENINOS IRIAM DANÇAR COM AS MÃES  E AS MENINAS COM OS PAIS , HOUVE UM MOMENTO DE BARULHO E RECLAMAÇÕES DAS FAMÍLIAS COM AS SEGUINTES FRASES: “MINHA FILHA NÃO TEM PAI”, MEU FILHO NÃO TEM PAI, MINHA FILHA SÓ TEM AVO, MINHA FILHA NÃO TEM MÃE ENTÃO ELA NEM VEM?`` A COORDENADORA FICOU TENTANDO EXPLICAR DE OUTRA FORMA.” (DC, 03.10.17, P.04)\r\n
      \r\n
      NO TRECHO ACIMA PODEMOS IDENTIFICAR PELO MENOS DEPOIS MODOS DIFERENTES DE PARTICIPAÇÃO, UM EM QUE A FAMÍLIA SÓ OBSERVA SEM SE ENVOLVER E OUTRA EM QUE A FAMÍLIA VIRA PROTAGONISTA DA REUNIÃO. DESSE MODO É POSSÍVEL CONSTATAR QUE A ESCOLA IMPÕE UM MODELO DE PARTICIPAÇÃO PARA A FAMÍLIA, QUE MUITAS VEZES NÃO FAVORECE O PROTAGONISMO DESSA FAMÍLIA. SEGUNDO. NÓVOA (1992), É NECESSÁRIA A PRESENÇA DOS PAIS PARA MOTIVAÇÃO INDIVIDUAL DOS FILHOS E ESTIMULAÇÃO DA APRENDIZAGEM, PARTICIPANDO CONJUNTAMENTE COM OS PROFISSIONAIS DE ENSINO, E ASSIM ESTIMULANDO A CRIANÇA A DEDICAR-SE AS TAREFAS ESCOLARES. POR OUTRO LADO, ESTE AUTOR FALA DO OBJETIVO EM COMUM, ENTRE FAMILIAR E ESCOLA:\r\n
      [...] TANTO A FAMÍLIA QUANTO A ESCOLA DESEJAM A MESMA COISA: PREPARAR AS CRIANÇAS PARA O MUNDO; NO ENTANTO, A FAMÍLIA TEM SUAS PARTICULARIDADES QUE A DIFERENCIAM DA ESCOLA, E SUAS NECESSIDADES QUE A APROXIMAM DESSA MESMA INSTITUIÇÃO. A ESCOLA TEM SUA METODOLOGIA E FILOSOFIA PARA EDUCAR UMA CRIANÇA, NO ENTANTO ELA NECESSITA DA FAMÍLIA PARA CONCRETIZAR O SEU PROJETO EDUCATIVO. (PAROLIM, 2003, P. 99).\r\n
      \r\n
      PARA O AUTOR ESSE CENÁRIO JUSTIFICA A NECESSIDADE DE AMPLIAR A LEITURA ACERCA DESSE OBJETO DE ESTUDO FAMÍLIA-ESCOLA E TRAZER À TONA AS VARIÁVEIS PRESENTES NESSA COMPLEXIDADE, DE MODO MAIS COMPROMETIDO COM A REALIDADE SOCIAL DESSAS FAMÍLIAS. PAUTANDO-SE NISSO, BUSCAREMOS CRIAR CONDIÇÕES PARA DAR VOZ DESSAS FAMÍLIAS POBRES, SEUS MODOS DE PENSAR, DE AGIR, DE VIVER, COM O FOCO DE TORNAR VISÍVEL SUAS PERCEPÇÕES ACERCA DA APRENDIZAGEM ESCOLAR DE SUAS CRIANÇAS. \r\n
      DIANTE DISSO, TEMOS A ESCOLA PÚBLICA JUNTO COM A FAMÍLIA, QUE DE CERTA FORMA ACABA CONSTRUINDO UMA RELAÇÃO ONDE NÃO SE ENCONTRA OS RESPONSÁVEIS PELO ENSINO E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA, A ESCOLA PROCURA A FAMÍLIA POR NÃO DAR CONTA DO PROCESSO SOZINHA, E A FAMÍLIA MUITA DAS VEZES NÃO SABE COMO LIDAR COM A PRÓPRIA REALIDADE E COM A EDUCAÇÃO DE SEUS FILHOS, O QUE AS LEVAM A BUSCAR APOIO E SEGURANÇA NA PRÓPRIA ESCOLA. E NESSE CENÁRIO, A ESCOLA AFASTADA DA REALIDADE DA FAMÍLIA, POUCA ASSUME UMA POSTURA DE ACOLHER E COMPREENDER, DE MODO GERAL DE COLOCA PARA JULGAR E EXIGIR QUE ESSA FAMÍLIA ASSUME SEU LUGAR PARA GARANTIR A APRENDIZAGEM E O RENDIMENTO ESCOLAR DA CRIANÇA.\r\n
      \r\n
      CONSIDERAÇÕES FINAIS\r\n
      \r\n
      A ESCOLHA POR ESSA TEMÁTICA PERMITIU UM MAIOR ENVOLVIMENTO COM A REALIDADE DA ESCOLA PÚBLICA E COM O MODO DE VIDA DAS FAMÍLIAS. ISSO POSSIBILITOU DESCONTRUIR PRÉ-CONCEITOS, VISÕES ENVIESADAS E IDEIAS ILUSÓRIAS QUE MARCAM ESSA RELAÇÃO, NUMA PERSPECTIVA PESSOAL, HISTÓRICA E SOCIAL. ISSO PORQUE FOI POSSÍVEL COMPREENDER OS PRINCIPAIS FATORES QUE A FAMÍLIA POBRE SOFRE, AS IMPOSSIBILITANDO DE ACOMPANHAR SEUS FILHOS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR, E TENTAR FAZER COM QUE A ESCOLA TENHA UM OLHAR MAIS CUIDADOSO PARA ESSAS FAMÍLIAS, QUE A PARTIR DE UMA VISÃO DISTANCIADA, PRECONCEITUOSA E SUPERFICIAL.\r\n
      ALCANÇAMOS OS OBJETIVOS PROPOSTOS NESSE ESTUDO, À MEDIDA QUE FOI POSSÍVEL CONHECER O MODO DE VIDA DESSA FAMÍLIA POBRE E O QUANTO ELAS VIVENCIAM UMA VIDA DE MISÉRIA E DIFICULDADES SOCIOECONÔMICAS. RELACIONAMOS OS SENTIDOS CONSTRUÍDOS PELA FAMÍLIA E SEU MODO DE VIDA EM CONDIÇÕES DE POBREZA, DE MODO A COMPREENDER O QUANTO ESSA POBREZA PODE AFETAR PSICOLOGICAMENTE AS FAMÍLIAS, E OS REFLEXOS DISSO PARA A RELAÇÃO COM A ESCOLA. DENTRE ESTES, ESTÃO AS DIFICULDADES PARA UMA RELAÇÃO POSITIVA E AFETIVA COM A ESCOLA, POIS OS REFLEXOS DESSA POBREZA É INVISIBILIZADA. \r\n
      \r\n
      REFERÊNCIAS \r\n
      \r\n
      ANTUNES, M. A. M. PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL: HISTÓRIA, COMPROMISSO E PERSPECTIVAS. REVISTA SEMESTRAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL (ABRAPEE), VOLUME 12, NÚMERO 2, JULHO/DEZEMBRO DE 2008.\r\n
      \r\n
      BARDIN, L. ANÁLISE DE CONTEÚDO. TRADUÇÃO LUIS ANTERO RETO E AUGUSTO PINHEIRO.\r\n
      LISBOA, 1977.\r\n
      \r\n
      CARVALHO, M. E. P. RELAÇÕES ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA E SUAS IMPLICAÇÕES DE GÊNERO. CADERNO DE PESQUISA. N. 110, JULHO, P.143 -155, 2000.\r\n
      \r\n
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Publicado em 17 de janeiro de 2022

Resumo

RESUMO O OBJETIVO DESTE TRABALHO É REFLETIR SOBRE A RELAÇÃO ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA, CONSIDERANDO AS DIVERSIDADES QUE ATRAVESSAM O CONTEXTO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA. A TRILHA METODOLÓGICA DESTE ESTUDO FOI DE CUNHO QUALITATIVO, ONDE FORAM REALIZADAS DUAS ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS. DURANTE O PROCESSO DE INSERÇÃO NA ESCOLA, ALGUMAS OBSERVAÇÕES FORAM REALIZADAS E REGISTRADAS EM DIÁRIOS DE CAMPO, PARA POSTERIORES ANALISES. PARA TANTO, TOMAMOS COMO BASE A ANÁLISE DE CONTEÚDO, COM AUXÍLIO DO SOFTWARE ATLAS T.I 2.6. AS CATEGORIAS CENTRAIS NESSE ESTUDO FORAM: ESCOLA PÚBLICA E FAMÍLIA. OS RESULTADOS APONTARAM PARA UM DISTANCIAMENTO ENTRE A ESCOLA E O MODO DE VIDA DA FAMÍLIA ATENDIDA, O QUE VISIVELMENTE, GERA IMPLICAÇÕES NA MANEIRA COMO SE COMPREENDE A PARTICIPAÇÃO E O COMPROMISSO DESSAS FAMÍLIAS PARA COM A ESCOLARIZAÇÃO DE SEUS FILHOS. PALAVRAS-CHAVE: ESCOLA PÚBLICA, FAMÍLIA, POBREZA. INTRODUÇÃO AO ABORDAR A RELAÇÃO ESCOLA E FAMÍLIA, BUSCAREMOS TORNAR MAIS VISÍVEL O ENSINO PÚBLICO E SUA RELAÇÃO COM ESSE MODO DE EDUCAR E CONCEBER A APRENDIZAGEM. TRATA-SE DE UMA ESCOLHA ÉTICA E POLÍTICA, PRESENTE NO CAMPO DA PSICOLOGIA QUE NOS LEVA A RECONHECER O NOSSO COMPROMISSO SOCIAL COM O QUE É VOLTADO PARA A GARANTIA DOS DIREITOS DAS PESSOAS MAIS POBRES. PAUTANDO-NOS NISSO, NOSSO FOCO SERÃO AS FAMÍLIAS USUÁRIAS DO ENSINO PÚBLICO, QUE EM SUA MAIORIA, VIVEM EM CONDIÇÕES DE POBREZA. DESSA FORMA, NOSSO INTUITO SERÁ COMPREENDER COMO VIVE A FAMÍLIA POBRE E COMO SE DÁ SUA RELAÇÃO COM A ESCOLA. FARIAS FILHO (2000) AFIRMA QUE A TRADIÇÃO DE ESCOLARIZAÇÃO DAS FAMÍLIAS, CLASSE E AS CONDIÇÕES SOCIAIS DA FAMÍLIA, O CONTEXTO URBANO OU RURAL, A QUANTIDADE DE FILHOS, SE OS RESPONSÁVEIS TRABALHAM OU NÃO E COM QUE TRABALHAM, SÃO ALGUNS DOS FATORES QUE PODEM GERAR IMPACTOS POSITIVOS E, OU NEGATIVOS PARA ESSA RELAÇÃO. A IMPORTÂNCIA DESSA QUESTÃO TEM COMO RAIZ A CONSTATAÇÃO DE QUE, DE ALGUM MODO, SEJA DIRETO OU INDIRETO, A ESCOLA SE FAZ PRESENTE NO COTIDIANO DA FAMÍLIA. PARA LANE (1985) A ESCOLA É O SEGUNDO MEIO DE SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA, CONSTITUINDO-SE COMO UM ESPAÇO DE RELAÇÕES INTERPESSOAIS E DE APRENDIZAGEM, QUE CONTRIBUI PARA O DESENVOLVIMENTO E A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DE SUA IDENTIDADE. FRENTE AO EXPOSTO, TEMOS COMO OBJETIVO GERAL REFLETIR SOBRE A RELAÇÃO ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA, CONSIDERANDO AS DIVERSIDADES QUE ATRAVESSAM O CONTEXTO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA. METODOLOGIA A TRILHA METODOLÓGICA SE CONSTITUIRÁ NA DETERMINAÇÃO DAS FORMAS E PROCESSOS QUE SERÃO UTILIZADOS NO DECORRER DA PESQUISA, ASSIM COMO OS MEIOS, TÉCNICAS E POSTURA DO PESQUISADOR. ENTÃO, PARA ISSO FOI FUNDAMENTAL A INSERÇÃO NO AMBIENTE DIRETO DA FAMÍLIA, RECONHECENDO A IMPORTÂNCIA DO OLHAR NO PESQUISADOR, QUE DEVE SER DESCRITIVO E ANALÍTICO, DISPENSANDO QUALQUER IDEIA DE NEUTRALIDADE NO PROCESSO DA PESQUISA. DE ACORDO COM MINAYO (2001), A PESQUISA QUALITATIVA SE VOLTA PARA QUESTÕES SUBJETIVAS E REAIS, BUSCANDO COMPREENDER OS SIGNIFICADOS, CRENÇAS, VALORES. DESSA FORMA ENTENDE-SE QUE ESTA ABORDAGEM PERMITIRÁ INTERPRETAR OS FENÔMENOS RELACIONADOS À ANÁLISES DOS SENTIDOS CONSTRUÍDOS PELAS FAMÍLIAS ACERCA DE SUA RELAÇÃO COM A ESCOLA, NO CONTEXTO DO ENSINO PÚBLICO E POSSIVELMENTE ATRIBUIR SIGNIFICADOS, QUE TERÃO FOCOS PRINCIPAIS NA SUBJETIVIDADE DOS MESMOS. PARA COLETAR DOS DADOS FORAM REALIZADAS ENTREVISTAS, NA CASA DAS FAMÍLIAS, QUE OCORREU COM O ACOMPANHAMENTO DO GRUPO ESCOLAR. A ENTREVISTA É UM DOS MEIOS DE COLETA DE DADOS, SENDO REALIZADA DE UMA FORMA PRÉVIA, BUSCANDO ALCANÇAR OS CONTEÚDOS E QUESTÕES A SEREM ESTUDADAS, DA MANEIRA MAIS COMPLETA POSSÍVEL (MANZINI, 1991; ROSA; ARNOLDI, 2006). A ENTREVISTA FOI REALIZADA COM DUAS REPRESENTANTES DE CADA FAMÍLIA, QUE FORAM ESCOLHIDAS JUNTO COM A COORDENAÇÃO DA ESCOLA, A PARTIR DO CRITÉRIO DE PARTICIPAÇÃO, OU SEJA, FOI DEFINIDA UMA FAMÍLIA QUE PARTICIPA COM FREQUÊNCIA DA ESCOLA E OUTRA QUE A ESCOLA NÃO CONSIDERA PARTICIPATIVA. A ANÁLISE DO MATERIAL PRODUZIDO SE DARÁ ATRAVÉS DA ANÁLISE DE CONTEÚDO, DE BARDIN (1977). AS CATEGORIAS CENTRAIS NESSE ESTUDO FORAM: ESCOLA PÚBLICA E FAMÍLIA. RESULTADOS E DISCUSSÕES NA REDE DE ENSINO PÚBLICO A REALIDADE VIVIDA PELAS FAMÍLIAS É PRECÁRIA, POIS LIDAMOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES QUE VIVEM À MARGEM DA SOCIEDADE, EM CONTEXTO DA EXCLUSÃO SOCIAL, E QUE NECESSITAM CADA VEZ MAIS DE UMA ASSISTÊNCIA NO DIA-A-DIA. AO CONSIDERAR ISSO, FAZ-SE PRECISO AMPLIAR A IDEIA DE PARTICIPAÇÃO E NÃO SIMPLESMENTE JULGAR OU ACUSAR ESSA FAMÍLIA POR SUA AUSÊNCIA. NOTAMOS ISSO NA SEGUINTE FALA: “QUANDO TEM REUNIÃO NEM VOU, PORQUE SE EU FALTAR O TRABALHO, NEM EU ALMOÇO, NEM TRAGO PRA ELES, NÉ FÁCIL NÃO MINHA FIA, NÃO TENHO TEMPO DE ESTAR EM REUNIÃO DE ESCOLA, PRECISO ACORDAR MUITO CEDO E IR PRA LUTA” (ORQUÍDEA, E1, P. 02). ESSE MODO DE VIVER É ATRAVESSADO POR CONDIÇÕES DE EXTREMA DESIGUALDADES SOCIAIS QUE GERAM PROCESSOS DE MARGINALIZAÇÃO E DE SOFRIMENTO PSICOSSOCIAL QUE SE AGRAVA PELA FALTA DE CONSCIÊNCIA DESSES SUJEITOS SOBRE VARIÁVEIS QUE CONTRIBUEM COM O SOFRIMENTO ADVINDO DA REALIDADE DE POBREZA, CARACTERÍSTICO DA NOSSA MAIORIA POPULAR LATINO-AMERICANA. COMO CENÁRIO DE COMPREENSÃO MULTIDIMENSIONAL DA POBREZA (SEN, 2000), PERCEBE-SE QUE A AMÉRICA LATINA SE SITUA COMO UMA REALIDADE EM QUE A POBREZA É EVIDENCIADA EM SUAS RAMIFICAÇÕES SOCIAIS, POLÍTICAS, ESTRUTURAIS E IDEOLÓGICAS. SIGNIFICA DIZER QUE A POBREZA ESTÁ EXPRESSA EM DIVERSOS ÂMBITOS, SEJA NA INSUFICIÊNCIA DE RENDA DE UMA SIGNIFICATIVA PARCELA DA POPULAÇÃO LATINOAMERICANA; NOS GOVERNOS GERALMENTE CENTRALIZADORES DE RIQUEZA; NAS CREN- ÇAS QUE VISUALIZAM A POBREZA COMO INDIGNA, RUIM E PERIGOSA; OU NA ORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA QUE ANULA AS POSSIBILIDADES DE MUDANÇA DAS TRAJETÓRIAS DOS INDIVÍDUOS POBRES (CIDADE, MOURA JR; XIMENES, 2012, P. 89) ASSIM, FICA CLARO COMO A POBREZA TEM IMPLICAÇÕES PARA O PSIQUISMO DAS PESSOAS, A IDEOLOGIA DE SUBMISSÃO E RESIGNAÇÃO, VAI CONTRIBUINDO PARA CONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE DO OPRIMIDO E EXPLORADO E ESTIMULANDO UMA CULTURA DO SILÊNCIO, ONDE OS INDIVÍDUOS CHEGAM A PENSAR QUE POR SEREM POBRES SÃO INCAPAZES OU TEM MEDO DE LUTAR POR SEUS IDEAIS (LEWIS, 1959: 15). ESSAS CATEGORIAS PSICOLÓGICAS ESTÃO PRESENTES NAS PESSOAS QUE VIVEM EM CONDIÇÕES DE POBREZA FAZEM PARTE DO QUE MARTÍN-BARÓ (1990) CHAMA DE CULTURA DA POBREZA, QUE TRATA DE UM MODO DE VER E VIVER ESPECIFICO, ONDE CADA SUJEITO POBRE CHEGA A ACREDITAR QUE NÃO VAI CONSEGUIR VENCER NA VIDA, POR SE CONSIDERAREM UM FRACASSADO, POSTO PELO SISTEMA CAPITALISTA QUE INDIVIDUALIZA OS COMPORTAMENTOS, SENTIMENTOS, CONQUISTAS E DERROTAS. O CAPITALISMO TEM IMPLICAÇÕES PARA A SUBJETIVIDADE DAS PESSOAS POBRES E CONTRIBUI COM PROCESSOS DE OPRESSÃO COTIDIANA. EM OUTRAS PALAVRAS, A POBREZA ESTÁ PRESENTE NO DIA-A-DIA DAS PESSOAS, IMPONDO MODOS DE VIDA DESIGUAIS, REFORÇANDO A COMPETIÇÃO E AS DISPARIDADES E INJUSTIÇAS PROVENIENTES DO SISTEMA CAPITALISTA (CIDADE, MOURA JR; XIMENES, 2012). SEGUNDO PAULO FREIRE (1992) TODO SUJEITO EXCLUÍDO DA SOCIEDADE É OPRIMIDO PELAS CIRCUNSTÂNCIAS E CONDIÇÕES MATERIAIS DE VIDA, DE MISÉRIA, DE IGNORÂNCIA, DE ABANDONO. ASSIM, TODOS OS INDIVÍDUOS PRESOS À COMPREENSÃO SIMPLISTA E INDIVIDUALISTA DO SOCIAL, VÊ O OPRIMIDO COMO AQUELE QUE NÃO TEM A CAPACIDADES, O QUE FAZ COM QUE O PRÓPRIO OPRIMIDO SE RECONHEÇA COMO TAL, POIS O VÉU DA ALIENAÇÃO OBSCURECE SEU MODO DE VER A REALIDADE E CONSEQUENTEMENTE SEU MODO DE VIVER A VIDA. A VIVÊNCIA DA POBREZA PODE GERAR SENTIMENTOS DE EXCLUSÃO SOCIAL E OPRESSÃO, DE MANEIRA OBJETIVA E SUBJETIVA, QUE SE MANIFESTA NO MODO DE VIDA DO SUJEITO POBRE: “(...) PRECISO TRABALHAR PARA DAR COMIDA A ELES, POIS SOU SOZINHA CHEGO SETE HORAS DA NOITE DA NOITE E AINDA VOU LAVAR ROUPA NO CHÃO DO QUINTAL, MINHA PIA TÁ QUEBRADA, VIU? AH, VOCÊ NÃO SABE FIA, EU TRABALHO MUITO, A ESCOLA TEM QUE ENSINAR A ELES E EU TENHO QUE BOTAR COMIDA EM CASA.” (ORQUÍDEA, E1, P. 3) ASSIM, FICA CLARO O QUANTO O MODO DE VIDA DA FAMÍLIA POBRE REPERCUTE NA ESCOLARIZAÇÃO DA CRIANÇA, POIS SE A MÃE TEM QUE TRABALHAR PARA ALIMENTÁ-LA, ACABA NÃO TENDO A OPÇÃO DE SE FAZER PRESENTE NA ESCOLA, PELAS EXIGÊNCIAS DE SEU COTIDIANO OPRESSOR. DE ACORDO COM CIDADE, MOURA JUNIOR, XIMENES (2012), A REALIDADE DE POBREZA NÃO ESTÁ APARTADA DA CONSTRUÇÃO DE UMA IDEOLOGIA. DIANTE DISSO, É PRECISO CONSIDERAR QUE A ESCOLA, COMO UMA INSTITUIÇÃO SOCIAL, TAMBÉM É UM ESPAÇO DE PRODUÇÃO DE UMA IDEOLOGIA, QUE MUITAS VEZES É DOMINANTE E REFORÇA A SUBMISSÃO E RESIGNAÇÃO DESSE POVO. ISSO ACONTECE ORA DE FORMA CLARA, ORA DE FORMA SUTIL. PODEMOS PERCEBER QUANDO, POR EXEMPLO, A PRINCÍPIO SE CONSTRÓI A IDEIA GERAL QUE ALUNO DE ESCOLA PÚBLICA NÃO QUER NADA COM A VIDA, NÃO PENSA EM SEU FUTURO E ISSO ACONTECE PORQUE ELE VEM DE UMA FAMÍLIA SUPOSTAMENTE DESESTRUTURADA, TERMO BASTANTE PRESENTE NA FALA DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO PÚBLICA, PARA JUSTIFICAR A NÃO APRENDIZAGEM DOS ALUNOS. ESSE MODO DE PERCEBER A REALIDADE, PRODUZIDO NO SENSO COMUM DO COTIDIANO ESCOLAR, VEM FORTALECER VISÕES NATURALIZANTES DA POBREZA E NOS IMPEDE DE FAZER ANÁLISES MAIS PROFUNDAS E CRÍTICAS DA REALIDADE DA ESCOLA E DA FAMÍLIA ENQUANTO INSTITUIÇÕES SOCIAIS INSERIDAS EM UMA REDE DE RELAÇÕES DE MAIOR COMPLEXIDADE. TRATAR DA INSERÇÃO DE ALUNOS NO SISTEMA ESCOLAR, NÃO ENVOLVE APENAS GARANTIR SUA MATRICULA E REDUZIR OS SUPOSTOS ÍNDICES DE EVASÃO ESCOLAR. PARA ALÉM DISSO, PRECISAMOS PERCEBER E ENTENDER O QUE FAZ COM QUE ESSE ALUNO QUEIRA ESTAR NA ESCOLA, QUEIRA APRENDER, COMO SE DÁ A RELAÇÃO DESTE COM A ESCOLA, COM O GRUPO GESTOR, COM OS PROFESSORES, QUAL O LUGAR DA FAMÍLIA NESSE CONTEXTO, DENTRE OUTRAS DIMENSÕES QUE NOS POSSIBILITEM COMPREENDER ESSE JOGO DE RELAÇÕES EM TODA SUA COMPLEXIDADE. AS DESIGUALDADES SOCIAIS E O CONTEXTO ONDE AS PESSOAS VIVEM IMPLICAM DIRETAMENTE NAS RELAÇÕES QUE SÃO ESTABELECIDAS, TENDO EM VISTA QUE ATRAVESSAM A VIDA DOS SUJEITOS, INFLUENCIANDO O SEU MEIO E SENDO INFLUENCIADA DIRETAMENTE POR ELE. COMO AFIRMA CARVALHO (2000): [...] AS DESIGUALDADES DE APRENDIZAGEM ESCOLAR, CULPANDO PERVERSAMENTE OS PAIS E MÃES PELO O FRACASSO ESCOLAR E, AO MESMO TEMPO, AO SOBREPOR O CURRÍCULO ESCOLAR ÀS PRÁTICAS EDUCATIVAS DOMÉSTICAS E AO PRIVILEGIAR UM ESTILO PARTICULAR DE EXERCÍCIO DA PATERNIDADE E MATERNIDADE, PODERÁ ENFRAQUECER A AUTONOMIA DA FAMÍLIA E A LIBERDADE DE PAIS E MÃES. PODERÁ AINDA, AMEAÇAR A PLURALIDADE CULTURAL AO IMPOR A UNIFORMIDADE CULTURAL PARA ALÉM DOS MUROS DA ESCOLA PÚBLICA, PENETRANDO NO REDUTO DA VIDA PRIVADA (P.150). ASSIM, VEMOS QUE O PROCESSO DE ENSINO, APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO VAI PARA ALÉM DA ESCOLA, E SE TRATA DE ALGO MÚTUO E DINÂMICO, ONDE PRECISAMOS CONSIDERAR AS CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS, HISTÓRICAS E CULTURAIS PRÓPRIOS DA CLASSE SOCIAL DA CRIANÇA E DA FAMÍLIA, LEVANDO-ME SEMPRE EM CONTA A QUESTÃO DE REPENSAR EM QUE MEDIDA SE DÁ O ACOMPANHAMENTO DESTA FAMÍLIA COM O ALUNO, POIS UMA VEZ QUE ESSA MESMA FALTA A UMA REUNIÃO OU NÃO COMPARECE A ESCOLA FREQUENTEMENTE, NÃO PODE SER REDUZIDO A SIMPLESMENTE UMA QUESTÃO DE NEGAÇÃO DE ACOMPANHAMENTO OU DESCOMPROMISSO DA FAMÍLIA PARA COM EDUCAÇÃO DE SUAS CRIANÇAS. “EU TRABALHO NA CASA DA DONA G NÃO DÁ TEMPO DEIXAR ELES, AS VEZES MINHA IRMÃ VAI AS VEZES É A VIZINHA, SAIO ÁS 5:00HS DA MANHÃ NÃO POSSO CHEGAR TARDE NO TRABALHO, PORQUE FAÇO O CAFÉ DOS PATRÕES NÃO DÁ TEMPO OLHAR AS TAREFAS DELES NÃO, ELES TEM É QUE FAZER NA ESCOLA (....)”(ORQUÍDEA, E1, P 05). ASSIM PODEMOS VER QUE DIANTE DE UMA VIDA MARCADA PELA POBREZA A FAMÍLIA NÃO TEM CONDIÇÕES OBJETIVAS PARA ENSINAR AS TAREFAS DE CASA, PARTICIPAR DE REUNIÕES, ACOMPANHAR A APRENDIZAGEM DE SEUS FILHOS MUITAS VEZES NÃO PODE NEM DEIXAR E BUSCAR NA ESCOLA. O COTIDIANO DA POBREZA NÃO PERMITE QUE A FAMÍLIA POBRE POSSA ESCOLHER PARTICIPAR DA VIDA ESCOLAR DE SEUS FILHOS, POIS EXISTEM OUTRAS NECESSIDADES, COMO POR EXEMPLO, AS RELATADAS POR DONA ORQUÍDEA: “SEMANA PASSADA CORTARAM MINHA ÁGUA EU TIVE QUE LAVAR SEIS REDES DAS VIZINHAS PARA PODER PAGAR AS CONTAS, NÃO É FÁCIL NÃO, CRIAR MENINO SEM TER DINHEIRO, EU ME VIRO DE TODO JEITO (...)”. (ORQUÍDEA, E1, P. 02) É POSTO COMO PARTE DO PAPEL DESSA FAMÍLIA NA SUA RELAÇÃO COM A ESCOLA, SUA PARTICIPAÇÃO QUE, POR SUA VEZ, PRECISA SER COMPREENDIDA EM TODA SUA AMPLITUDE, PARTICIPAR NÃO SÓ NO SENTIDO DE ESTAR PRESENTE NA ESCOLA, MAS TAMBÉM ACOMPANHAR TODO O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO COGNITIVO, PSICOLÓGICO E SOCIAL DA CRIANÇA COM UMA INTERAÇÃO CLARA E LEVE COM A ESCOLA, APOIANDO E PARTICIPANDO DAS DECISÕES DOS FILHOS. PARA ANTUNES (2008) A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO CONTEXTO EDUCACIONAL TEM SUA IMPORTÂNCIA, POREM NO DECORRER DESTE ESTUDO PRECISAMOS ANALISAR AS QUESTÕES PELAS AS QUAIS AS FAMÍLIAS VIVENCIAM E ENFRENTAM DIFICULDADES DE APROXIMAÇÃO OU ATÉ MESMO AUSÊNCIA DA VIDA ESCOLAR DE SEUS FILHOS. ALÉM DISSO, FAZ-SE IMPORTANTE TORNAR MAIS CLARO SOBRE COMO ESSA APROXIMAÇÃO, PRESENÇA OU AUSÊNCIA DEVE SER VISTA PELA ESCOLA E PELA FAMÍLIA. SERÁ A FAMÍLIA QUE ESTÁ AUSENTE DA ESCOLA OU A ESCOLA QUE ESTÁ AUSENTE DA VIDA FAMILIAR DE SEUS ALUNOS? “OBSERVEI QUE A ESCOLA NÃO TEM MOMENTOS MUITO ATRATIVOS PARA CONVIDAR ESSA FAMÍLIA A ESTAR MAIS PRESENTE COM SEUS FILHOS, A FAMÍLIA SÓ É CHAMADA A ESCOLA QUANDO É PARA RECEBER UMA RECLAMAÇÃO OU PARA “TRATAR DE ASSUNTOS DO INTERESSE DA ESCOLA, TALVEZ SEJA ESSE UM DOS MOTIVOS PELA A QUAL A FAMÍLIA SE AUSENTA. DURANTE A REUNIÃO NÃO VI NENHUM DOS PARTICIPANTES QUESTIONAREM OU PERGUNTAREM QUALQUER COISA, A DIRETORA FALAVA E ELES OUVIAM E AOS POUCOS IAM SE LEVANTANDO E INDO EMBORA”. (DC, 03.10.17, P. 04) DIANTE DESSA QUESTÃO, QUE É GERADORA DE MUITAS OUTRAS REFLEXÕES, FICA NOTÓRIO A NECESSIDADE DE IDENTIFICAR E DIFERENCIAR OS PAPEIS E OS DESAFIOS DE CADA LADO DA RELAÇÃO, COM FINALIDADE DE UMA EDUCAÇÃO QUE SEJA POSSÍVEL NA COLETIVIDADE. PODEMOS CONSIDERAR QUE ESSE TIPO DE PARTICIPAÇÃO PODE SER VISTO SOB A ÓTICA ASSISTENCIALISTA OU BANCÁRIO (FREIRE, 2002), EM QUE NÃO PERCEBEMOS A PARTICIPAÇÃO OU ENVOLVIMENTO DA FAMÍLIA DURANTE AS REUNIÕES. EXISTEM VÁRIOS TIPOS DE PARTICIPAÇÃO QUE PODE OU NÃO ESTÁ RELACIONADA AO UM PROTAGONISMO LIBERTADOR (SILVA, 2014), QUANDO EXISTE UMA RELAÇÃO DE TROCA DIALOGO E TRANSFORMAÇÃO MUTUA. “DURANTE A REUNIÃO A COORDENADORA FALOU SORE A QUESTÃO DA ROUPA, DA FESTA, DOS CONVIDADOS E DA DANÇA, DURANTE ESSE MOMENTO NENHUMA FAMÍLIA SE MANIFESTOU PARECENDO CONCORDAR COM O QUE A COORDENADORA FALAVA, MAS NO MOMENTO EM QUE ELA DISSE QUE OS MENINOS IRIAM DANÇAR COM AS MÃES E AS MENINAS COM OS PAIS , HOUVE UM MOMENTO DE BARULHO E RECLAMAÇÕES DAS FAMÍLIAS COM AS SEGUINTES FRASES: “MINHA FILHA NÃO TEM PAI”, MEU FILHO NÃO TEM PAI, MINHA FILHA SÓ TEM AVO, MINHA FILHA NÃO TEM MÃE ENTÃO ELA NEM VEM?`` A COORDENADORA FICOU TENTANDO EXPLICAR DE OUTRA FORMA.” (DC, 03.10.17, P.04) NO TRECHO ACIMA PODEMOS IDENTIFICAR PELO MENOS DEPOIS MODOS DIFERENTES DE PARTICIPAÇÃO, UM EM QUE A FAMÍLIA SÓ OBSERVA SEM SE ENVOLVER E OUTRA EM QUE A FAMÍLIA VIRA PROTAGONISTA DA REUNIÃO. DESSE MODO É POSSÍVEL CONSTATAR QUE A ESCOLA IMPÕE UM MODELO DE PARTICIPAÇÃO PARA A FAMÍLIA, QUE MUITAS VEZES NÃO FAVORECE O PROTAGONISMO DESSA FAMÍLIA. SEGUNDO. NÓVOA (1992), É NECESSÁRIA A PRESENÇA DOS PAIS PARA MOTIVAÇÃO INDIVIDUAL DOS FILHOS E ESTIMULAÇÃO DA APRENDIZAGEM, PARTICIPANDO CONJUNTAMENTE COM OS PROFISSIONAIS DE ENSINO, E ASSIM ESTIMULANDO A CRIANÇA A DEDICAR-SE AS TAREFAS ESCOLARES. POR OUTRO LADO, ESTE AUTOR FALA DO OBJETIVO EM COMUM, ENTRE FAMILIAR E ESCOLA: [...] TANTO A FAMÍLIA QUANTO A ESCOLA DESEJAM A MESMA COISA: PREPARAR AS CRIANÇAS PARA O MUNDO; NO ENTANTO, A FAMÍLIA TEM SUAS PARTICULARIDADES QUE A DIFERENCIAM DA ESCOLA, E SUAS NECESSIDADES QUE A APROXIMAM DESSA MESMA INSTITUIÇÃO. A ESCOLA TEM SUA METODOLOGIA E FILOSOFIA PARA EDUCAR UMA CRIANÇA, NO ENTANTO ELA NECESSITA DA FAMÍLIA PARA CONCRETIZAR O SEU PROJETO EDUCATIVO. (PAROLIM, 2003, P. 99). PARA O AUTOR ESSE CENÁRIO JUSTIFICA A NECESSIDADE DE AMPLIAR A LEITURA ACERCA DESSE OBJETO DE ESTUDO FAMÍLIA-ESCOLA E TRAZER À TONA AS VARIÁVEIS PRESENTES NESSA COMPLEXIDADE, DE MODO MAIS COMPROMETIDO COM A REALIDADE SOCIAL DESSAS FAMÍLIAS. PAUTANDO-SE NISSO, BUSCAREMOS CRIAR CONDIÇÕES PARA DAR VOZ DESSAS FAMÍLIAS POBRES, SEUS MODOS DE PENSAR, DE AGIR, DE VIVER, COM O FOCO DE TORNAR VISÍVEL SUAS PERCEPÇÕES ACERCA DA APRENDIZAGEM ESCOLAR DE SUAS CRIANÇAS. DIANTE DISSO, TEMOS A ESCOLA PÚBLICA JUNTO COM A FAMÍLIA, QUE DE CERTA FORMA ACABA CONSTRUINDO UMA RELAÇÃO ONDE NÃO SE ENCONTRA OS RESPONSÁVEIS PELO ENSINO E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA, A ESCOLA PROCURA A FAMÍLIA POR NÃO DAR CONTA DO PROCESSO SOZINHA, E A FAMÍLIA MUITA DAS VEZES NÃO SABE COMO LIDAR COM A PRÓPRIA REALIDADE E COM A EDUCAÇÃO DE SEUS FILHOS, O QUE AS LEVAM A BUSCAR APOIO E SEGURANÇA NA PRÓPRIA ESCOLA. E NESSE CENÁRIO, A ESCOLA AFASTADA DA REALIDADE DA FAMÍLIA, POUCA ASSUME UMA POSTURA DE ACOLHER E COMPREENDER, DE MODO GERAL DE COLOCA PARA JULGAR E EXIGIR QUE ESSA FAMÍLIA ASSUME SEU LUGAR PARA GARANTIR A APRENDIZAGEM E O RENDIMENTO ESCOLAR DA CRIANÇA. CONSIDERAÇÕES FINAIS A ESCOLHA POR ESSA TEMÁTICA PERMITIU UM MAIOR ENVOLVIMENTO COM A REALIDADE DA ESCOLA PÚBLICA E COM O MODO DE VIDA DAS FAMÍLIAS. ISSO POSSIBILITOU DESCONTRUIR PRÉ-CONCEITOS, VISÕES ENVIESADAS E IDEIAS ILUSÓRIAS QUE MARCAM ESSA RELAÇÃO, NUMA PERSPECTIVA PESSOAL, HISTÓRICA E SOCIAL. ISSO PORQUE FOI POSSÍVEL COMPREENDER OS PRINCIPAIS FATORES QUE A FAMÍLIA POBRE SOFRE, AS IMPOSSIBILITANDO DE ACOMPANHAR SEUS FILHOS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR, E TENTAR FAZER COM QUE A ESCOLA TENHA UM OLHAR MAIS CUIDADOSO PARA ESSAS FAMÍLIAS, QUE A PARTIR DE UMA VISÃO DISTANCIADA, PRECONCEITUOSA E SUPERFICIAL. ALCANÇAMOS OS OBJETIVOS PROPOSTOS NESSE ESTUDO, À MEDIDA QUE FOI POSSÍVEL CONHECER O MODO DE VIDA DESSA FAMÍLIA POBRE E O QUANTO ELAS VIVENCIAM UMA VIDA DE MISÉRIA E DIFICULDADES SOCIOECONÔMICAS. RELACIONAMOS OS SENTIDOS CONSTRUÍDOS PELA FAMÍLIA E SEU MODO DE VIDA EM CONDIÇÕES DE POBREZA, DE MODO A COMPREENDER O QUANTO ESSA POBREZA PODE AFETAR PSICOLOGICAMENTE AS FAMÍLIAS, E OS REFLEXOS DISSO PARA A RELAÇÃO COM A ESCOLA. DENTRE ESTES, ESTÃO AS DIFICULDADES PARA UMA RELAÇÃO POSITIVA E AFETIVA COM A ESCOLA, POIS OS REFLEXOS DESSA POBREZA É INVISIBILIZADA. REFERÊNCIAS ANTUNES, M. A. M. PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL: HISTÓRIA, COMPROMISSO E PERSPECTIVAS. REVISTA SEMESTRAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL (ABRAPEE), VOLUME 12, NÚMERO 2, JULHO/DEZEMBRO DE 2008. BARDIN, L. ANÁLISE DE CONTEÚDO. TRADUÇÃO LUIS ANTERO RETO E AUGUSTO PINHEIRO. LISBOA, 1977. CARVALHO, M. E. P. RELAÇÕES ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA E SUAS IMPLICAÇÕES DE GÊNERO. CADERNO DE PESQUISA. 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