ESTE TRABALHO TEM COMO CORPUS DE ANÁLISE A NOVELA “SABELA” QUE FAZ PARTE DA OBRA HISTÓRIAS DE LEVES ENGANOS E PARECENÇAS, DE CONCEIÇÃO EVARISTO, PUBLICADA EM 2016. A NARRATIVA COSTURA O MITO CRISTÃO COM O MITO AFRICANO, INTERLIGANDO CRENÇAS E CULTURAS. OS ELEMENTOS DA NATUREZA SÃO EVOCADOS E SIMBOLIZADOS A PARTIR DE UMA PERSPECTIVA GENESÍACA, TENDO AS ÁGUAS COMO ELEMENTO CENTRAL DESSE PROCESSO. NESSE SENTIDO, ESTE ARTIGO EXAMINA A NARRATIVA “SABELA” SOB TRÊS ASPECTOS: 1) RELACIONA O MITO CRISTÃO DO DILÚVIO COM O MITO DILUVIAL EM “SABELA”; 2) COMO O ANIMISMO SE MANIFESTA EM “SABELA” E; 3) COMO OCORRE O MITO DILUVAL NA NARRATIVA. NOSSO OBJETIVO É VERIFICAR COMO A NOVELA “SABELA” RECONSTRÓI O MITO DO DILÚVIO, NO CONTEXTO DA CONTEMPORANEIDADE, SOB A PERSPECTIVA DA LITERATURA AFRO-BRASILEIRA DE AUTORIA FEMININA. OS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS QUE AMPARAM ESTE ESTUDO CIRCUNSCREVEM-SE NO CAMPO DA LITERATURA AFRO-BRASILEIRA, A PARTIR DOS ESTUDOS DE EVARISTO (1996, 2009, 2016), CUTI (2010), SOUZA (2010), SILVA (2016), FERREIRA (2017) E OUTROS. SOB MITO ELÍADE (1992), GARUBA (2012), PRANDI (2010), COSTA (2013), ENTRE OUTROS. ESTE ESTUDO MOSTRA QUE AS NARRATIVAS SÃO MÚLTIPLAS DE SIGNIFICAÇÃO, REPRESENTAM VALORES CULTURAIS ORIUNDOS DOS ANCESTRAIS. CONSTATAMOS A IMPORTÂNCIA DOS CONTADORES DE HISTÓRIAS PARA A MANUTENÇÃO DE MITOS, PROVÉRBIOS E NARRATIVAS DOS POVOS DE TRADIÇÃO ORAL, TRADUZIDAS NA CULTURA BRASILEIRA NOS DIAS ATUAIS.