OBSERVA-SE QUE MUITAS NARRATIVAS CONTEMPORÂNEAS BUSCAM TRAZER À TONA EXPRESSÕES QUE DURANTE TEMPOS FICARAM OCULTADAS, REMINISCÊNCIAS QUE SE TORNARAM RECALCADAS. ENTRE ELAS, VERIFICA-SE, NO ÂMBITO DAS CATÁSTROFES ESPANHOLAS, EXPRESSÕES QUE, POR MEIO DA OBRA LITERÁRIA, EVOCAM VIVÊNCIAS DE PERSONAGENS INFANTIS, REPRESENTANDO AS VIOLÊNCIAS SOFRIDAS NESTA ÉPOCA. NESSE CONTEXTO, ESTE ARTIGO SE PROPÕE A ANALISAR AS ATROCIDADES SOFRIDAS PELAS CRIANÇAS NA OBRA EL LUTE CAMINA O REVIENTA (2007), DO ESCRITOR ESPANHOL ELEUTERIO SÁNCHEZ, QUE DE FORMA IMPOSITIVA SOFRERAM OS MAUS TRATOS DO PERÍODO FRANQUISTA, O QUAL INICIOU EM 1939 APÓS A GUERRA CIVIL ESPANHOLA E PERDUROU POR APROXIMADAMENTE QUARENTA ANOS. DE ACORDO COM CASANOVA (2002, P. 27), “LOS NINÕS MORÍAN DE MENINGITIS, DE HAMBRE E INCLUSO ASESINADOS”, FATO QUE DEMONSTRA A IMPORTÂNCIA DE REFLETIR SOBRE ESTE PERÍODO VIOLENTO POR MEIO DA ARTE LITERÁRIA. PARA TANTO, O SUPORTE TEÓRICO SE APRESENTA A PARTIR DAS REFLEXÕES DE ASSMAN (2011); RODRIGUEZ (2010); CÁNDIDO (2014); CORTÁZAR (2009); E CASANOVA 2002. VERIFICOU-SE, PORTANTO, QUE A VIDA DOS PERSONAGENS, ESPECIALMENTE DOS INFANTES, DURANTE O REGIME DE FRANCO, FOI PERMEADA POR DOR, MEDO E ANGÚSTIA, UMA VEZ QUE AS REPRESSÕES ERAM EXERCIDAS DE MANEIRA INDISCRIMINADAS PELOS ALGOZES DO REGIME DITATORIAL.