NUM CONTEXTO GERAL, O PROJETO “IMAGEM, CIDADE, ARQUIVO: PRÁTICAS URBANAS EM FOTOGRAFIAS SOTEROPOLITANAS (1960-1980)” PROPÕE PESQUISAR ARQUIVOS FOTOGRÁFICOS DE SALVADOR NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX QUE REGISTRAM PRÁTICAS URBANAS NO AMBIENTE DA CIDADE, EXPLORANDO ASSIM FORMAS DE CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO, NAS DÉCADAS DE 1960 E 1970, POR MEIO DE NARRATIVAS VISUAIS. O CONJUNTO DE IMAGENS ESCOLHIDO COMO OBJETO DE ESTUDO SÃO FOTOGRAFIAS DE ARLETE SOARES. NO AMPLO ESPECTRO DAS NARRATIVAS VISUAIS FOTOGRÁFICAS PRODUZIDAS POR ESSA FOTÓGRAFA, PROCURAREMOS POR AQUELAS IMAGENS QUE DESESTABILIZAM UMA DETERMINADA TRADIÇÃO DE CIDADE DOMINANTE BASEADA EM VALORES MODERNOS, TANTO NO ÂMBITO DO URBANISMO E DE ARQUITETURA, COMO NO ÂMBITO SOCIAL, DE RAÇA E DE GÊNERO. NOSSA HIPÓTESE É A DE QUE ESSAS IMAGENS PODEM FAZER EMERGIR MODOS DE COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE CIDADE E DE SUA HISTÓRIA, TAMBÉM NUMA DIMENSÃO ARTÍSTICA E ESTÉTICA, MUITAS VEZES DESCONHECIDOS PORQUE RECALCADOS POR UM DISCURSO VISUAL OU URBANÍSTICO MODERNOS PREDOMINANTES. ESSES OUTROS MODOS ACESSADOS PELA PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA SÃO IGUALMENTE CONSTITUTIVOS DA MALHA DA URBANIDADE, E, AO EMERGIREM HOJE SEGUNDO A NATUREZA FANTASMÁTICA QUE CARACTERIZA O VISÍVEL, PODEM PROMOVER RECONFIGURAÇÕES NO NOSSO MODO DE PRODUÇÃO, EXPERIÊNCIA E APREENSÃO DA CIDADE. ALIADO AO RECONHECIMENTO DE QUEM É ESTA FIGURA QUE FOTOGRAFA, QUAIS APAGAMENTOS ATRAVESSAM O CORPO DA ARLETE SOARES ENQUANTO MULHER CONSIDERADA ‘A FRENTE DE SEU TEMPO’ QUE TEVE BOA PARTE DE SUAS PRODUÇÕES INVISIBILIZADAS PELOS AGENTES DO PATRIARCADO EM SUA MANUTENÇÃO DE PODER.