O TRABALHO INVESTIGOU COMO SE DAVA A RESISTÊNCIA DE MULHERES DURANTE A DITADURA MILITAR NO BRASIL, EVIDENCIANDO COMO QUESTÕES DE GÊNERO SE FAZIAM PRESENTES TANTO NA PRÓPRIA LUTA PELA DERROCADA DO REGIME, QUANTO DENTRO DA ORGANIZAÇÃO DO MOVIMENTO E NAS RELAÇÕES ENTRE OS MILITANTES. PARA TANTO, UTILIZOU COMO METODOLOGIA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA REFERENTE AOS MOVIMENTOS DE RESISTÊNCIA À DITADURA MILITAR BRASILEIRA, BEM COMO A ANÁLISE DE NARRATIVAS DE MULHERES QUE DENUNCIARAM COMO O GÊNERO INTERFERIA EM SUA ATUAÇÃO ENQUANTO MILITANTE. DENTRE OS RESULTADOS ENCONTRADOS, O TRABALHO DESTACA QUE O FATO DE SER MULHER MODIFICAVA A ATUAÇÃO DAS MILITANTES NOS GRUPOS DE RESISTÊNCIA, DESDE A DEFINIÇÃO DE TAREFAS BÁSICAS ATÉ A DISTRIBUIÇÃO DE ARMAMENTOS PARA OS COMBATES. ASSIM, FOI POSSÍVEL EVIDENCIAR QUE AO MESMO TEMPO EM QUE O GÊNERO ERA VISTO COMO UM FATOR LIMITADOR ÀS MULHERES, TAMBÉM LHES PROPORCIONAVA FERRAMENTAS ÚNICAS DE ATUAÇÃO, JÁ QUE ERAM CONSIDERADAS MENOS PERIGOSAS E SUSPEITAS PARA OBTEREM INFORMAÇÕES, ACARRETANDO-LHE CONSEQUENTEMENTE UM PROTAGONISMO MARGINAL NAS OPERAÇÕES DE RESISTÊNCIA. O TRABALHO PODE CONTRIBUIR NA PERSPECTIVA DE FORMAS CRIATIVAS DE RESISTÊNCIA, DESTACANDO QUE, APESAR DA DOR E DIFICULDADES VIVIDAS, AQUILO QUE NUM PRIMEIRO MOMENTO PODE SER VISTO COMO LIMITAÇÃO, PODE SER (RE) LIDO COMO POTÊNCIA PARA LUTA.