PAUL BEATRIZ PRECIADO DENOMINA DE ERA FARMACOPORNOGRÁFICA O PERÍODO INICIADO LOGO APÓS A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, CUJA CENTRALIDADE DAS TECNOLOGIAS HORMONAIS, DE MEDICAMENTOS E DROGAS E DA INDÚSTRIA PORNOGRÁFICA INAUGUROU UMA NOVA FORMA DE PENSAR E VIVER O CORPO, EM QUE SEXO, SEXUALIDADE E GÊNERO SE TRANSFORMAM NUMA QUESTÃO CENTRAL PARA A POLÍTICA E PARA A ECONOMIA. A PARTIR DE UM ESTUDO TEÓRICO DESSES ELEMENTOS E DE SUA PRÓPRIA EXPERIÊNCIA COM A AUTO MANIPULAÇÃO DE TESTOSTERONA, O AUTOR EMPREENDE UMA ANÁLISE DO QUE CHAMA DE TERCEIRA FASE DO CAPITALISMO, A FIM DE COMPREENDER A NOVA GESTÃO DO SER VIVO DESENVOLVIDA NOS SÉCULOS XX E XXI, EMBORA COMPREENDENDO QUE AINDA ESTÃO PRESENTES ALGUNS ELEMENTOS DAS SOCIEDADES DE CONTROLE E DISCIPLINAR, ANTEVISTAS POR MICHEL FOUCAULT. O PRESENTE ARTIGO PRETENDE, PORTANTO, ACOMPANHAR E PROBLEMATIZAR A ANÁLISE EMPREENDIDA POR PRECIADO EM TESTO JUNKIE PARA PENSAR JUNTO COM O AUTOR AS PRINCIPAIS CONFIGURAÇÕES DESSA NOVA MANEIRA DE GESTÃO DA VIDA NA SOCIEDADE FARMACOPORNOGRÁFICA. A CONCLUSÃO A QUE SE CHEGA É QUE CORPO, GÊNERO E SEXUALIDADE COMO FORMADORES DE SUBJETIVIDADE SÃO ALVOS CENTRAIS DA POLÍTICA E ECONOMIA ATUAIS, E QUE É NECESSÁRIO ELABORAR NOVAS FORMAS DE AÇÃO A RESISTÊNCIA PARA ACOMPANHAR ESSA NOVA BIOPOLÍTICA. COMO PROPOSTA DE AGÊNCIA FRENTE À CAPITALIZAÇÃO SOBRETUDO DOS CORPOS E GÊNEROS DISSIDENTES, O FILÓSOFO CRIA A NOÇÃO DE POLÍTICA DE MONSTRO, INSPIRADA NO PÓS-PORNÔ, POSSIBILITANDO, ASSIM, QUE SE CRIE E SE MULTIPLIQUE UM PROCESSO DE DESIDENTIFICAÇÃO CRÍTICA COM OS CORPOS E GÊNEROS TRADICIONAIS.