MERGULHAR NOS MEANDROS DA SUBJETIVIDADE IMPLICA ADENTRAR O CAMPO DENSO DO DISCURSO QUE, POR SUA VEZ, É ATRAVESSADO PELAS RELAÇÕES DE PODER. NO OCIDENTE, PENSAMOS O SUJEITO ATRAVÉS DOS IDEAIS DE NORMALIDADE, QUE SÃO DEMARCADOS PELO CONTRAPONTO COM A ANORMALIDADE. PARA A LOUCURA, A PENSAMOS ATRAVÉS DA DICOTOMIA RAZÃO-DESRAZÃO. SITUANDO O LOUCO NO ROL DA ABJEÇÃO E DA DESRAZÃO, SE RETIRA DELE A POSSIBILIDADE DE EXISTÊNCIA, DE APROPRIAÇÃO DE SI MESMO E DO EXERCÍCIO DO CUIDADO SOBRE SI. SENDO ASSIM, COM SUA BASE DE DISCUSSÃO NA PRODUÇÃO DE VERDADE SOBRE O LOUCO E O CONSEQUENTE EXERCÍCIO DE PODER, BUSCAMOS REALIZAR UMA CONFRONTAÇÃO DIALÓGICA ENTRE AS OBRAS O ALIENISTA, DE MACHADO DE ASSIS E HOLOCAUSTO BRASILEIRO, DE DANIELA ARBEX, COM O INTUITO DE PROBLEMATIZAR TAMBÉM, COMO OS CORPOS E MENTES LOUCOS (E NÃO LOUCOS), MESMO ESMAGADOS PELA DOMINAÇÃO, PODEM, A PARTIR DO EXERCÍCIO SOBRE SI MESMO E DA SUA EXISTÊNCIA, SE AFIRMAREM ENQUANTO SUJEITOS SINGULARES E ASSIM, COM O CUIDADO DE SI, EXERCEREM A RESISTÊNCIA E A ÉTICA DA LIBERDADE. CONSIDERAMOS, PORTANTO, QUE O LOUCO TAMBÉM É ALGUÉM QUE PRODUZ ALGO E POSSUI UMA VOZ QUE CLAMA PARA SER ESCUTADA, NA BUSCA POR AFIRMAR-SE ENQUANTO EXISTÊNCIA, MESMO EM MEIO A UMA TEIA DE PODER QUE NEGA ESSAS POSSIBILIDADES.